1,9 mi anos 2,4 a 1,4 mi 2,3 a 1,2 mi 1,9 mi a 140 miL
10
A fAunA
humAnA
habiLis
1,5 m / 55 kg
Descendente dos
australopitecos e
primeiro construtor
de ferramentas,
inaugurou o gênero
Homo. É a transiÁão
entre ancestrais
simiescos e o
erectus.
erectus
1,7 m / 65 kg
Cérebro maior,
introdutor dos
machados de
pedra e do
controle do fogo,
foi o primeiro da
nossa linhagem a
sair da África.
austraLopi�
tecos sediba
1,3 m / 30 kg
O sediba é um dos
australopitecos mais
recentes – viveu
um milhão de anos
depois do afarensis,
nosso mais provável
ancestral direto.
boisei
1,4 m / 65 kg
É mais um
descendente
extinto dos aus-
tralopitecos. Só
que não faz parte
do grupo que deu
origem ao Homo.
Meio humano,
meio “gorila”.
África é o berço da nossa espécie. Mas
viriam muitas outas. Fósseis pré-hu-
manos e humanos foram encontados
na Tanzânia e no Quênia, ambos na
África Oriental, e mais recentemente
no Marrocos, no Noroeste.
O homem nasceu na África porque
o contnente oferecia (e contnua ofere-
cendo) uma diversidade de ambientes
propícios para a sobrevivência de pri-
matas. Ao contário de outas regiões
do planeta, onde o clima passou por
eras glaciais que difcultaram a vida,
as oscilações climátcas da África não
foram tão radicais. O contnente tem
paisagens de todo tpo: planícies, fo-
restas, savanas, montanhas, desertos,
lagos, rios e praias, uma exuberância
de ecossistemas que fez forescer uma
biodiversidade impressionante. Flora e
faunas abundantes signifcam alimento
de sobra, e foi por essa razão que a
África também foi o berço de outos
grandes animais – leões, elefantes, ri-
nocerontes. As opções de habitat e co-
mida facilitaram a perpetação dessas
grandes espécies, que surgem apenas
em cadeias alimentares complexas.
recém-deposto (leia mais na pág. 12),
o paleoantopólogo americano Don
Johanson fazia parte de uma equipe
à caça de ossos de hominídeos, alheios
à instabilidade polítca do país. Jun-
to com um colega, o ainda estdante
Tom Gray, Johanson resolveu checar
uma parte do deserto que já havia sido
explorada pelos arqueólogos. Foi ali
que ele achou um ossinho de coto-
velo que o levou a encontar vários
outos fragmentos de um hominídeo.
No acampamento, quando examinavam
o esqueleto, identfcaram que se tata-
va de uma espécie do sexo feminino.
No rádio ao lado, tocava a canção Lucy
in the Sk with Diamonds, dos Beatles.
Estava batzada a descoberta.
Lucy, o fóssil mais famoso do mun-
do, viveu há 3,2 milhões de anos e faz
parte de uma espécie, o Austalopithecus
afarensis, que antecedeu um novo tpo
de animal na Terra: os humanos.
Lucy caminhava. Essa mutação ge-
nétca liberou as mãos dos primatas
da tarefa de se apoiar no chão para se
locomover e facilitou a coleta de ali-
mentos e o deslocamento pelo rico
Leões, elefantes e gorilas continu-
am vivos hoje na África porque seus
antepassados tveram opções para se
adaptar diante das novas circunstân-
cias que foram surgindo ao longo de
milênios – como novos predadores e
mudanças climátcas que alteravam a
oferta de alimentos.
O sucesso dos humanos na África
também tem uma dose de acaso. Foi lá
que surgiram as inesperadas mutações
genétcas que permitram aos primatas
de milhões de anos atás criar ferra-
mentas complexas – e elas poderiam
ter brotado em primatas de qualquer
canto do globo. Se os genes mutantes
tvessem surgido em outos contnen-
tes, os humanos teriam sobrevivido
à natreza? É possível, mas a África
oferecia abundância de condições de
sobrevivência e facilitou a perpetação
do novo DNA.
Os elos perdidos
Uma parte fundamental desse que-
bra-cabeça evolutvo surgiu em 1974,
na Etópia. Em novembro, quando o
últmo imperador etíope havia sido
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