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Mausoléu
de Ásquia
Maomé 1o,
imperador
Songai entre
1493 e 1528,
localizado no
atual Mali.
Império
Songai
Foi o maior império
africano de seu
tempo – dominou
uma área equivalente
a 1,4 milhão de km²
(maior que o atual
Egito). O primeiro
imperador, Sunni Ali,
garantiu o controle
sobre o Rio Níger,
enfraquecendo o
vizinho Mali. O rápido
declínio veio quando
os bisnetos de Ali
iniciaram uma série
de golpes nos anos
1530, mergulhando o
império em guerras
civis até ser engolido
por reinos adjacentes.
até 1591
Partes de
Mauritânia,
Mali, senegal,
gâMbia, níger,
burkina Faso
e nigéria.
área
atual
DesenhanDo um Continente 19
conhecida pela civilização dos faraós
como a Terra de Punt. Por meio de
grandes caravanas que desciam o de-
serto rumo às terras do Sul, eles taziam
de volta produtos exótcos e luxuosos.
Historiadores e antopólogos descobri-
ram que os egípcios já tnham acesso,
em 2500 a.C., a luxos que não eram
natvos de seu próprio território – eles
viriam da Etópia. Ente os produtos
adquiridos estavam peles de pantera,
penas de avestuz, marfm extaído de
elefantes e também mirra – uma planta
espinhosa mais conhecida pelo uso de
sua resina como perfme (e que, nos
textos bíblicos, tornou-se célebre como
um dos presentes levados pelos Reis
Magos ao menino Jesus), mas que os
sacerdotes do Egito também empre-
gavam como bálsamo no processo de
mumifcação dos mortos.
Quando as relações da África com
o mundo greco-romano se esteitaram,
toda a região ao sul do Egito – incluindo
a Núbia (ver quadro pág. 15) – acabou
ganhando um nome próprio em grego.
Eles passaram a chamar aquela vasta e
desconhecida área de Aethiopia, o “país
dos rostos queimados”, uma referência
à pele de quem nascia por lá, mais es-
cura do que a dos egípcios. No contexto
grego, a palavra tnha uma aplicação
mais ampla: referia-se também ao atal
Sudão e, de forma geral, a toda a África
Subsaariana, que tnha menos conta-
to com a Europa naquela época. Muito
mais tarde, o termo seria adotado para
batzar a Etópia.
O fm dos reinos
Após a queda de Roma, as terras do Egi-
to atavessariam a Idade Média como
parte de diferentes califados e sulta-
natos islâmicos, passando a integrar o
Império Otomano em 1517. O Egito que
conhecemos hoje só veio à luz muito
mais tarde, em 1922, após um período
de ocupação britânica. Embora os faraós
sigam vivos no imaginário do restante
do mundo, eles já eram parte de um
passado extemamente remoto quando
os europeus direcionaram recursos – e
armas – para colonizar o contnente no
século 19. As pirâmides, por exemplo,
são tão antgas que Cleópata (morta
em 30 a.C.) viveu mais perto dos nossos
dias do que da época da sua constução.
Na Etópia, nem os poderes suposta-
mente divinos de Hailé Selassié o salva-
riam das crises do século 20. Após uma
grande fome em seu país, o imperador
seria derrubado em 1974 e morreria um
ano mais tarde. Na África atal, apenas
Lesoto, Marrocos e Suazilândia ainda
contam com realezas reconhecidas pela
comunidade internacional. Todas elas
foram mantdas – sem poderes efetvos
- durante a época colonial, e só voltaram
a ter alguma proeminência quando seus
países se tornaram independentes, em
meados do século 20. Com 16 esposas
e 35 flhos, o rei Mswat 3o, coroado em
1986 na Suazilândia, é o últmo monarca
com poderes absolutos em toda a África.
ricanos
os reinos aFricanos
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