irrequietude de Frederik e da sua
necessidade de um céu aberto.
Em fevereiro de 2016, Frederik
terminou um trabalho de quatro
meses de transformação de uma
carrinha Ford Transit numa
autocaravana. “É a carrinha mais
normal que possa imaginar.
Mobilei-a eu mesmo, e não vê de fora
que é uma autocaravana. Não gosto
de parecer um turista para onde quer
que vá pelo que, sem ser pela
matrícula, ninguém vê que sou
estrangeiro. Talvez goste de estar um
pouco camu flado.”
É algo de beleza aventureira, uma
versão contemporânea da caravana
cigana romântica, um veículo para
atingir o inacessível. “Tenho muito
orgulho nela. Tem tudo. Queria
construir um abrigo de montanha
com roda s.”
Percurso de vida
Frederik desenhou a sua carrinha,
e a sua vida, para permitir o acaso.
Começando uma viagem sem destino
certo, vai descobrindo o seu objetivo.
“Olho para um mapa para ver se
existe uma pequena estrada a cortar
uma extensa área. Essa é a estrada
que quero percorrer. Por vezes, acabas
em sítios, ou vês coisas ou pessoas,
que parecem estar perdidas, quando
tu próprio estás perdido.”
No topo
Um pastor no seu cavalo
no Quirguistão, 2017,
de Horse Head.
Acima
Uma floresta na Albânia,
2015, de Wolf.
Enquanto está a ler este artigo,
existe algures um homem numa
Transit, a conduzir em direção
ao horizonte, à procura do lugar
onde a estrada se desvanece e as
fotos começam.
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66 O MUNDO DA FOTOGRAFIA^ JANEIRO 2018