48 • Público • Sexta-feira, 1 de Novembro de 2019
DESPORTO
Paços de Ferreira 1
Douglas Tanque 74’
Sporting 2
Luiz Phellype 11’,
Bruno Fernandes 79’ (g.p.)
Positivo/Negativo
Estádio Capital do Móvel,
em Paços de Ferreira.
P. Ferreira Ricardo Ribeiro, Bruno
Santos, André Micael, Bruno Teles,
Oleg Reabciuk, Luiz Carlos a76’, Diaby
a50’ (Douglas Tanque, 58’), Pedrinho
a60’, Murilo a29’ (Dadashov, 80’),
Hélder Ferreira a62’ (Uilton, 65’),
Welthon. Treinador Pepa
Sporting Renan a87’, Ristovski a44’,
Coates a64’, Mathieu, Acuña a60’
(Ilori, 88’), Doumbia a69’, Eduardo,
Bruno Fernandes, Vietto, Jesé (Bolasie,
65’), Luiz Phellype (Cristián Borja, 81’).
Treinador Jorge Silas
Árbitro Rui Costa (AF Porto)
Bruno Fernandes
Mais um golo e mais uma
assistência para o capitão.
Também ele parece mais
habituado às ideias de Silas
e, quando Bruno Fernandes
está bem, o Sporting está
bem. E também já se
habituou a jogar com
Vietto, com quem,
alegadamente, era
incompatível.
Douglas Tanque
Não jogou de início, mas,
quando entrou, fez-se
notar. Depois de obrigar
Renan a uma defesa com
um inspirado remate bem
longe da baliza, marcou o
golo do empate num golpe
de cabeça.
Luiz Carlos
O brasileiro comprometeu
o esforço do Paços com o
disparatado penálti que
ditou a derrota. Um erro
incaracterístico para um
jogador experiente e que
estava a ser importante.
Vietto protege a bola perante a aproximação de Pedrinho
OCTÁVIO PASSOS/LUSA
Sporting dividido entre
o bom jogo e a boa sorte
Há um mérito que ninguém pode tirar
a Silas, o tal a quem falta formação
académica como treinador e que, por
isso, tem de ser discreto a dar instru-
ções para o campo. Com ele no ban-
co, o Sporting habituou-se a ganhar e
vai melhorando a cada vitória. Já são
cinco em seis jogos (e três em três no
campeonato), a última das quais
alcançada ontem, frente ao Paços de
Ferreira, por 1-2, em jogo da nona jor-
nada da Liga portuguesa. Não acon-
teceu, no entanto, sem uma boa dose
de sofrimento, tal como as outras,
mas já deu para ver que a equipa está
mais habituada ao seu terceiro treina-
dor da época.
A Mata Real é um campo traumáti-
co para o Sporting, assim como Pepa
é um treinador que costuma fazer a
vida difícil aos “leões”. E foi exacta-
mente isso que aconteceu, mas os
lisboetas sobreviveram graças a uma
exibição a dois tempos. Primeiro,
dominaram e fizeram uma das melho-
res primeiras partes da época, depois
tiveram uma sorte tremenda com um
penálti oferecido de bandeja. Talvez
o empate tivesse sido o resultado mais
justo, num jogo que foi intenso e divi-
dido — e em que os erros individuais
acabaram por fazer a diferença.
Silas voltou a mexer na equipa,
fazendo regressar à titularidade Luiz
Phellype, o avançado low cost que o
Sporting contratou à equipa que teve
ontem pela frente. Também estava de
regresso Ristovski, perante a indispo-
nibilidade de Rosier. O resto era igual.
Foram duas mudanças pontuais que
em nada alteraram o fluxo normal da
estratégia: circulação de bola, até
haver espaço para a progressão.
Depois de um primeiro aviso aos
3’, com um remate de Luiz Phellype
a ser interceptado por André Micael,
o Sporting chegou à vantagem aos 11’.
Após uma fase intensa de pressão na
recuperação da bola, Bruno Fernan-
des ganhou espaço na esquerda para
fazer o cruzamento e Luiz Phellype
emendou a trajectória da bola para a
baliza. O brasileiro regressava à Mata
Real para marcar à antiga equipa.
Não foi só no ataque que o Sporting
se mostrou melhor. Na componente
defensiva, a mecânica parecia funcio-
nar e isso ficou bem presente aos 24’,
num lance de contra-ataque do Paços
que resultou de uma perda de bola a
meio-campo. Murillo foi em corrida
até à área “leonina”, mas, quando lá
chegou, já tinha a cobertura de vários
adversários. Não havia discussão
sobre a justiça da vantagem do Spor-
ting na primeira parte, um daqueles
casos em que o resultado, mesmo
positivo, era pior do que a exibição.
Talvez o melhor meio jogo da época.
A segunda parte foi outra conversa.
O Paços de Ferreira entrou verdadei-
ramente em jogo a partir do minuto
46 e, aos 47’, podia ter nivelado o mar-
cador. Bruno Santos recebeu a bola à
entrada da área “leonina” e obrigou
Renan a enorme defesa. O guardião
do Sporting seria, aliás, um dos pro-
tagonistas do jogo, para o bem e para
o mal. Defendeu bem remates de Dou-
glas Tanque e Bruno Santos aos 68’ e
73’, mas estava mal colocado quando
Tanque, de cabeça, fez o empate aos
74’, na sequência de um canto.
Era um prémio mais que justo para
os anfitriões, mas perderia o signifi-
cado poucos minutos depois. Num
livre de Bruno Fernandes aos 77’, Luiz
Carlos, na área, esticou o braço, a bola
foi ter com ele e Rui Costa assinalou
penálti. Era uma oportunidade que
caía do céu para os “leões” e que Bru-
no Fernandes transformou em golo,
mantendo o Sporting no rumo das
vitórias (terceira seguida na Liga) e
da retoma (está em quarto).
REACÇÕES
“Demos 45 minutos de
avanço. Muito má primeira
parte, muito boa segunda
parte, mas não chegou”
“Podíamos ter gerido
melhor depois do golo,
faltam-nos alguns passos
para gerir o jogo em
vantagem”
Pepa Paços de Ferreira
Silas Sporting
Crónica de jogo
Marco Vaza
Foi a terceira vitória em três jogos no campeonato para os “leões” sob as ordens de Jorge Silas.
O Paços de Ferreira bateu-se bem, mas voltou a Äcar sem pontos e mantém-se na zona de despromoção
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