Público • Sexta-feira, 1 de Novembro de 2019 • 51DESPORTO
“Se não arranjarem uma data apro-
priada, não às três da manhã do dia
de Natal, então não jogamos”. As
palavras são do técnico alemão Jür-
gen Klopp, referindo-se à próxima
fase da Taça da Liga inglesa, numa
posição que mostra que o futebol já
não trata as Taças da Liga apenas
com críticas, mas com ameaças. E
isso, seja em que quadrante da socie-
dade for, agiliza soluções.
Em causa está o excesso de jogos
para o Liverpool, que chega mesmo
a ser uma impossibilidade gregoria-
na, num ano civil que continua a ter
365 dias. O Liverpool vai jogar o Mun-
dial de Clubes, em Dezembro, e já
tem, pelo menos, sete jogos agenda-
dos nesse mês (e um outro por rea-
gendar). E Klopp explodiu: “Não
vamos ser vítimas deste problema.
Se não nos arranjarem uma data
apropriada, não poderemos jogar a
próxima ronda e o nosso adversário,
seja ele qual for, poderá avançar na
prova. Ou então o Arsenal [eliminado
pelo Liverpool] poderá jogá-la”,
adiantou.
Não é apenas em Inglaterra que a
Taça da Liga é “saco de pancada” na
temática da sobrecarga de jogos.
Noutros países, o Æm da competição
Trezentos e 65 dias
não chegam
para o futebol
é uma realidade. Consumada, nuns,
por consumar, noutros. Em França,
2020-21 não terá Taça da Liga. Já em
Portugal, sem vaga europeia a atri-
buir via Taça da Liga, a prova conti-
nua a ser olhada com desdém, não
obstante os esforços da Liga no for-
mato “final four”, de quatro dias
dedicados aos jogos decisivos da
competição.
Os principais clubes — beneÆciados
nos sorteios, numa lógica de “arran-
jo” de final four com os três “gran-
des” — aproveitam para rodar o plan-
tel. Um benefício para os treinadores,
mas um suplício para os adeptos e,
sobretudo, para os organizadores da
prova, que continuam a ver estádios
maioritariamente vazios.
O BenÆca, sem se referir à extinção
da prova, já questionou a calendari-
zação do futebol português, critican-
do o quanto esta prejudica o desem-
penho europeu das equipas. O Sp.
Braga já foi mais longe e apontou
uma solução “à francesa”. “Se se veri-
Æcar que essa competição perturba
o normal andamento dos clubes que
estão nas competições europeias, é
evidente que é um assunto que tem
de ser discutido. Se for melhor para
o futebol português, que se acabe
com a Taça da Liga”, disse, em Outu-
bro, o presidente da mesa da AG dos
minhotos.
Em 2013, porém, os clubes tiveram
na mão a possibilidade de acabar
com a Taça da Liga. À data, chumba-
ram a proposta de Mário Figueiredo,
com 33 votos a favor da continuidade
e sete a favor da extinção.[email protected]Futebol
Diogo Cardoso Oliveira
O excesso de jogos está a
“matar” as Taças da Liga.
Em França já acabou
e em Inglaterra as queixas
estão a subir de tom
O Liverpool eliminou ontem o Arsenal num jogo épico
JASON CAIRNDUFFDepois da sorte de ser chamada à
acção, para substituir Naomi Osaka,
o azar estragou os planos de Kiki Ber-
tens de ir mais longe nas Shiseido
WTA Finals Shenzhen. Mas, ao deci-
dir jogar nas últimas nove semanas,
a holandesa ficou sem forças para
competir a um nível alto e foi forçada
a abandonar o court quando defron-
tava Belinda Bencic, permitindo que
a suíça acompanhasse Ashleigh Barty
nas meias-finais das WTA Finals.
Bencic (7.ª no ranking), que há
semanas negara a qualificação direc-
ta da holandesa ao derrotá-la em Mos-
covo, mostrou estar melhor fisica-
mente nesta fase final da época, e
depois de vencer o set inicial, viu Ber-
tens (10.ª) abandonar, esgotada, a 7-5,
1-0. “Já não tinha energias. Dei tudo o
que tinha este ano”, frisou Bertens.
Barty (1.ª) confirmou o primeiro
lugar no Grupo Vermelho, ao bater
Petra Kvitova (6.ª), por 6-4, 6-2, e irá
discutir um lugar na final com Elina
Svitolina, que terminará a fase de gru-
pos defrontando a suplente Sofia
Kenin — chamada a substituir a lesio-
nada Bianca Andreescu. No Grupo
Púrpura, falta apurar uma semifina-
lista, que sairá do duelo entre Karoli-
na Pliskova e Simona Halep.
No Rolex Paris Masters, Alexander
Zverev (6.º) assegurou a presença nas
Nitto ATP Finals, onde irá defender o
título, depois de vencer o encontro
de estreia, diante de Fernando Ver-
dasco (49.º), por 6-1, 6-3, e ver Matteo
Berrettini (9.º) perder com Jo-Wilfred
Tsonga (35.º), por 6-4, 6-3.
Berrettini continua no oitavo e últi-
mo lugar elegível na Corrida para
Londres, mas está agora dependente
dos resultados de Gael Monfils — que
precisa de chegar às meias-finais para
ultrapassar o italiano — depois de Stan
Wawrinka ter sido eliminado por
Rafael Nadal, com um duplo 6-4.
Antes, Novak Djokovic ultrapassou
Kyle Edmund (75.º), por 7-6 (9/7), 6-1,
e, nos “quartos”, vai reencontrar Ste-
fanos Tsitsipas (7.º).Barty e
Bencic
atingem
meias-finais
Ténis
Pedro KeulEm Paris, o alemão
Alexander Zverev garantiu
o direito de defender o
título nas ATP Finals[email protected]