21Terminado o cruzeiro, o bate-per-
na já começa ali mesmo no burburinho
que fica na região do cais e da Praça
da Ribeira. Apinhada de bares e res-
taurantes com vista para o rio, vale es-
colher um dos muitos cantinhos char-
mosos com mesinhas na calçada para
almoçar ou voltar do meio para o final
da tarde e conferir o pôr do sol. A expe-
riência fica completa com uma taça de
vinho do Porto na mão e uma tábua de
queijos na mesa.
Da Praça da Ribeira parte um emara-
nhado de escadarias e becos que levam
até a Casa do Infante, local onde nasceu
Dom Henrique (o amado patrono das na-
vegações lusitanas). O prédio do século
14 abriga um pequeno museu (€ 2,20)
com objetos da época do infante e de an-
tes dele, quando a casa servia como al-
fândega. Cerâmicas, artefatos de vidro e
até roupas completam o acervo.
A casa é envolta por um jardim que
se espalha por quase um quarteirão. Vi-
zinho ao gramado, o Palácio da Bolsa do
século 19 tem visual pomposo e neo-
clássico e reserva em seu interior pre-
ciosidades como o Salão Árabe, sala for-
rada com o que há de mais rebuscado na
arte neomourisca em Portugal (enten-
da-se muito rococó e ouro). O restauran-
te O Comercial funciona em uma bela
área do palácio e oferece menus execu-
tivos na hora do almoço por € 19 e um
jantar cheio de pompa por € 25. O baca-
lhau confitado com cebolas ao vinho do
Porto, queijo da Serra da Estrela e risoto
de frutos secos é uma escolha certeira.
O salão principal do restaurante fun-
de-se ao pátio da Igreja de São Fran-
cisco, outra joia da cidade que mere-
ce uma visita sem pressa. Erguida entre
1383 e 1410, ela é considerada o mais
perfeito exemplo do uso da talha dou-
rada barroca – em que amplos painéis
de madeira são cuidadosamente escul-
pidos e depois revestidos com ouro.1º DIA
DOCE RIO
Para ter uma visão geral do Porto, nada
melhor que começar a exploração nave-
gando pelo Rio Douro. A partir das 10h,
o Cais da Ribeira é tomado pelos mini-
cruzeiros turísticos feitos em barcos ra-
belo – embarcações tradicionais do sé-
culo 19 responsáveis por transportar os
barris de vinho entre o Porto e a vizinha
Vila Nova de Gaia. Hoje, os barcos são
apenas réplicas motorizadas, mas cum-
prem bem o papel de dar a primeira im-
pressão. Em 50 minutos de navegação
(€ 15, por pessoa), o barco percorre cin-
co pontes que ligam as duas cidades e
revela pontos estratégicos para visitar
depois em terra, como o Palácio da Bol-
sa, a Igreja de São Francisco e os letrei-
ros com os nomes das adegas.