Viajar Pelo Mundo - Edição 115 (2019-02)

(Antfer) #1
ARGENTINA

62 VIAJAR pelo Mundo


MENDOZA


Um roteiro bem recheado com as principais especialidades da cidade
argentina, desde as vinícolas até os passeios pela cordilheira
Por Samirah Fakhouri e Tarcila Ferro

V


inhedos e Andes. Eis os dois gran-
des motivos para rumar até Men-
doza, cidade aos pés da cordilhei-
ra e que é responsável por 70% de toda
a produção de vinho feita no país. São
mais de mil bodegas que funcionam a
todo vapor, sendo que uma centena de-
las abre suas portas para os visitantes.
Isso quer dizer que além de produzir,
armazenar, envasar e vender, as viníco-
las sabem do seu potencial como atra-
ção turística e não medem esforços pa-
ra seduzir cada vez mais os apaixonados
por vinhos. De taça em taça, o programa
mais cobiçado por lá é fazer um pinga-
-pinga pelas vinícolas. Entre um gole e
outro, o turista ainda pode encaixar pas-
seios de bicicleta pelas vinhas, piqueni-
que nas plantações, sobrevoo de balão,
almoço nos excelentes restaurantes das
bodegas e por aí vai.
A partir do Brasil, saem voos diretos
de São Paulo a Mendoza, pela Gol, to-
das as quintas e domingos. Nos demais
dias, é preciso fazer conexão em Buenos
Aires. Para explorar a região, uma boa
ideia é alugar carro, porém, é preciso ter
consciência de que se a intenção é apro-
veitar as provas de vinhos ao máximo, o
melhor é fechar o traslado com os ope-
radores locais, porque a fiscalização é rí-
gida e as multas, bem generosas.

Encaixar três vinícolas por dia é viá-
vel, mas a visita se torna mais afobada
e os horários são sempre pontuais (fa-
zer reservas é fundamental). Quem está
mais na pegada slow travel pode inves-
tir em duas degustações por dia. Conci-
liar o passeio com o almoço é uma ótima
aposta: a Familia Zuccardi e o The Vines
Resort & Spa, por exemplo, têm restau-
rantes excelentes e a combinação pas-
seio + refeição harmonizada com os vi-
nhos da casa é sempre um sucesso.

Sabores de Baco
Distante pouco mais de mil quilôme-
tros da capital argentina, a província divide
sua viticultura em três regiões principais:
mais próximas do centro da cidade ficam
Maipú, a 15 quilômetros, e Luján de Cuyo,
a 20 quilômetros. O Vale de Uco, a 80 qui-
lômetros, é o mais afastado e o endereço
de muitas superbodegas. O diferencial de
Uco é a altitude, que varia de 850 a 1.500
metros, fazendo com que os vinhos produ-
zidos ali sejam mais encorpados.
O clima semidesértico e o solo fértil
da província criam o ambiente adequa-
do para o cultivo das uvas. Apesar de o
Malbec ser a estrela local, a produção
de Merlot, Cabernet Sauvignon, Pinot,
Syrah, Tempranillo, Torrontés e Char-
donnay são expressivas. Fotos: Samirah Fakhouri, Shutterstock.com e divulgação
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