Motociclismo - Edição 254 (2019-02)

(Antfer) #1

72 motociclismo FEVEREIRO 2019


Sorte, amor,


dedicação, fi rmeza


de propósito,


oportunidades...


obstinação! Ou o


início de Alex Barros


O


s primeiros anos de alguém no esporte
(qualquer esporte) são muito parecidos. Na
maioria das vezes, crianças são apresenta-
das ao novo brinquedo pelos pais, apaixo-
nados pelo tema. O brinquedo aos poucos
vai ganhando mais espaço na vida da criança, a
coisa vai se tornando séria e, quando menos se
espera, você está no mundial da sua modalidade!
Voilá! Como diz o dito: “Só que não!”
Como foi então que aquele garotinho, fi lho do
açougueiro imigrante português e da dona de ca-
sa, irmão de outros dois rebentos, fi cou durante 21
anos entre os melhores pilotos de moto do mun-
do, venceu GPs em dois mundiais diferentes, ven-
ceu duas vezes as 8 Horas de Suzuka e ainda foi
por cinco vezes o quarto melhor piloto da catego-
ria rainha? Nas linhas seguintes, uma rápida amos-
tra de como tudo começou.
Alexandre Abrahão de Barros nasceu na Ma-
ternidade de São Paulo, às 21h do dia 18 de ou-
tubro de 1970, fi lho de Antônio Vasconcellos Co-
elho Barros e Maria Elzi Abrahão Barros. Uma
criança como outra qualquer, que foi vacinada
como era costume já naquele tempo, apresenta-
da ao judô ainda pequenino (padrão para muitos
garotos de classe média da época), assim como
ao ciclismo (esporte do pai, que já competia com
apoio da Caloi), ao minibuggy e à motocicleta, tu-
do muito cedo.
Sua primeira moto foi uma pequenina Italjet
50, usada também pelos irmãos Cesar e Simone,
ora pilotando na rua na frente de casa, ora pelas
ruas e avenidas da Cidade Universitária, em São
Paulo, aproveitando os dias de treino de ciclismo
do pai. Quem conhece a família um pouco mais
de perto sabe que a personalidade forte de Alex,
herança da mistura do caráter de seus pais, mais
seu próprio gene, logo apareceram. As primeiras
fotos dos pequenos Barros deixam transparecer
que ali existia um Barros “marrento”, competitivo
e teimoso. Teimosia que mais tarde se transfor-
maria em obstinação. Enquanto a maioria brinca-
va de competir, Alex brigava contra os maus re-
sultados, contra sua própria insatisfação nas der-
rotas e alimentava, ainda precoce, uma enorme
vontade de vencer desafi os.
Foi assim no judô, foi assim no ciclismo, até
que estreou na categoria Ciclomotores na 2ª Ta-
ça Governo do Estado, 7ª etapa do Campeona-
to Paulista de Motociclismo – Velocidade, em In-
terlagos, em 23 e 24 de setembro de 1978, dias
antes de completar oito anos. A categoria já exis-

COLLECTION Histórias e motocicletas


Nada é por acaso (parte 1)


Texto CARLÃOZINHO COACHMAN
Fotos ŁACERVO ALEX BARROS • MOTOSTORY
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