Freud e seus Fantasmas - Rafael Rocha Daud

(Antfer) #1

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isso: doente dos nervos. Mas que seriam os nervos?
Nervos, desde sempre, é o que mantém a gente em
pé e funcionando. Então, um doente dos nervos é
alguém que já não funciona tão bem. Assim, esse é
o significado, em psicanálise, de um sintoma. Não
é correto dizer: sintoma disso ou daquilo. Como
por exemplo, sintoma de que não estamos felizes.
Não se trata disso. Trata-se, mais simplesmente, de
dizer: um sintoma é quando algo não funciona como
esperávamos que funcionasse porque, geralmente,
esperávamos que estivéssemos no controle, e o
controle consciente é apenas a ponta do iceberg. Por
baixo há ainda muita coisa pensante, o inconsciente.
O sintoma denuncia isso, que existe um inconsciente.


Quando Freud começou a tratar os “doentes
dos nervos”, buscava qual a causa dessa doença, ou
seja: o que faz com que essa pessoa tenha parado
de funcionar? Para ele, ficou claro que a causa não
poderia ser orgânica. A histeria era o nome genérico
dado ao fenômeno segundo o qual algumas pessoas
padeciam de uma enfermidade séria, mas que os
exames físicos não podiam apontar a causa. Dizia-
se, então, que a causa residia em algum lugar entre
uma teimosia, uma indisposição voluntariosa e
alguma falta de caráter. Para esses médicos, não
havia nada de errado com os histéricos. Era como
se eles quisessem estar doentes. Freud recusava
essa explicação simplista, dizendo: apenas porque
não sabemos o que causa a histeria, não quer dizer
que não haja uma causa. Se não está no organismo,
como os exames parecem mostrar, então deve estar
na mente, ou em alguma parte do corpo que não se
confunde com o organismo.


Dessa maneira, Freud levantou a primeira
hipótese, que sustentou durante bastante tempo, e

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