Freud e seus Fantasmas - Rafael Rocha Daud

(Antfer) #1

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Sigmund Schlomo Freud

de certa forma ficou tão popularizada que é até hoje
confundida com a própria essência da psicanálise.
Segundo essa hipótese, a causa da histeria, ou da
neurose em geral, é um trauma. O doente teria
passado por um trauma psíquico, que embora tenha
deixado seu organismo intacto, produziu efeitos
em sua mente, em sua psique, fazendo com que,
tempos depois, embora não se recorde dos eventos
traumáticos, sofra suas consequências com tanta
intensidade como se acontecessem agora.
Muito da popularidade da psicanálise se deu, no
início, a partir dessa hipótese. Alfred Hitchcock, o
grande cineasta, era particularmente atraído pelas
ideias psicanalíticas, que aparecem em vários de seus
filmes. Entretanto, as ideias que aparecem nesses
filmes adaptam-se muito melhor ao mecanismo dos
roteiros cinematográficos que ao mecanismo de uma
análise.
A maior parte dos filmes sobre psicanálise e
doença mental repousa sobre a seguinte premissa:
uma pessoa, de constituição algo frágil, passa por
uma situação traumática — com uma carga emocional
insuportável — e a partir de então, cria uma cisão
na realidade: passa a acreditar em eventos por ela
mesma imaginados como se fossem reais. O processo
de cura é o processo de descoberta da realidade e
das razões pelas quais o evento real — o trauma —
tivera de ser oculto da consciência do doente. O
esclarecimento da realidade coincide com a cura e
superação do trauma, e com o reconhecimento que
“A maior parte dos filmes sobre psicanálise e doença mental
repousa sobre a seguinte premissa: O esclarecimento da
realidade coincide com a cura e superação do trauma, e com
o reconhecimento que leva à conclusão do filme. Dá-se a essa
abordagem antiga o nome de método catártico.”
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