Freud e seus Fantasmas - Rafael Rocha Daud

(Antfer) #1

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E


ntão Freud criou essa hipótese, a de que
havia um inconsciente, um não sabido,
uma área da nossa mente, ou psique,
em que se desenrolava uma série de
pensamentos e sentimentos sem que a
eles tivéssemos acesso; a única forma de reconhecer
sua existência era através de algumas das suas
consequências: as formações do inconsciente: sonhos,
atos falhos, sintomas etc., todo tipo de manifestação
aparentemente nonsense por meio da qual era preciso
ler, como nas entrelinhas de um texto, um sentido
oculto, desconhecido. Qual seria o conteúdo que
as formações do inconsciente ocultavam? Seria
sempre o mesmo? Seria algo novo a cada caso? Como
estabelecer algum tipo de regularidade científica
nessas observações?


A busca pelas razões do sofrimento


No caminho para o desenvolvimento da psicanálise,
Freud estabeleceu algumas teorias a partir das quais
alguma previsibilidade pudesse ser estabelecida,
algum caminho, algum guia que nos respondesse, ao
longo do trabalho analítico: mas, enfim, o que é que
estamos procurando?


Dissemos, há pouco, sem que no momento
anunciássemos a razão, que uma análise não visa ao
autoconhecimento, mas a cura de um sofrimento.
Dissemos também que o que se cura não é aquilo
que se busca curar, mas outra coisa. O que isso quer
dizer, afinal, e o que isso nos ensina sobre o que é que
procuramos numa análise?

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