Elle Portugal - Edição 366 (2019-03)

(Antfer) #1

BE EZA


Os Vagons


Ou vagos vegan, como preferir. Estas


pessoas já estavam a considerar tornar-se


vegans desde que viram o documentário


Cowspiracy e perceberem que a Beyoncé


tem uma alimentação à base de plantas.


Completamente vegetarianas, com exceção


daquela tosta mista com fiambre quando


a vontade fala mais alto, elas estão prontas


para abandonar os laticínios e derivados.


Vai ser difícil esquecer o queijo da serra,


mas as pesquisas foram feitas e já estão


super a bordo com os conceitos de Sheese,


Teese, Cheezly e Vegarella. Okay, há


também aquela pequena questão de odiar


grão, mas nem tudo o que é vegan é feito


à base de grão... Ou é? Além disso, se elas


mergulharem falafel em maionese quase


que nem dá para sentir o sabor da falafel.


Espere. A maionese é vegan? Os vegans


podem comer ovos? E quanto aos ovos


caseiros?E–aimeuDeus – o café? Quem


já experimentou um latte com leite de


coco e quase que vomitou? Segundo um


estudo de 2017, estima-se que existam


60 mil vegans em Portugal. Será que há


milhares de portugueses a tomar meias de


leite más? Talvez haja outra solução... Se o


flexitarianismo é uma coisa (mais à frente),


porque é que uma abordagem similarmente


flexível não pode ser aplicada ao veganismo?


Eles até trocariam Cheetos por uma versão


bio e sacrificariam uma embalagem de


gelado por uma banheira de chia e goji.


Mas é mesmo preciso deixar o requeijão?


O Clube dos FF


Desde que receberam o livro de Giulia


Enders, A Vida Secreta dos Intestinos, pelo


Natal, os Fundamentalistas da Fermentação


estão obcecados com o delicado equilíbrio


macrobiótico do seu trato gastrointestinal.


No brunch com os amigos (panquecas?


Nem Pensar!) falam de pouco mais do que


a sua própria escatologia, a melhor posição


para ir à casa de banho e quão melhor se


sentem depois de trocar o pão de forma


normal por pão de chia e teff. Defendem


o ato de polvilhar sementes de teff (um


cereal de origem etíope, caso não saiba)


sobre cada refeição. Mas as coisas realmente


escalaram – ou melhor, começaram a cheirar


mal – quando compraram o livro Fermentar


para Totós e começaram a produzir os seus


próprios kimchi. Não importa que cheirem


a gatos mortos e ovos em conserva: se os


seus flatmates não gostam que vão viver


com freaks não iluminados que consideram


chocolate “uma delícia” quando é uma


substância maligna que está lentamente


a matá-los. Para os FF, o intestino é Deus!


Fermentariam batatas fritas se pudessem...


mas terão de se contentar com repolho,


tempeh e kombucha.


Onde os

encontrar:

A beber uma cerveja

artesanal na MUSA

enquanto trocam dicas

de fermentação.

Podem dizer:

«O chucrute está em

promoção no LIDL».

seguir vem outro grupo com outras tantas regras estranhas.


Haverá sempre pelo menos uma pessoa num grupo que não


consegue evitar levar as coisas a extremos. E essa pessoa pode


ser difícil de conviver com – independentemente de ser para


um jantar ou outra situação. A única forma de ultrapassar?


Divirta-se a observar as novas espécies de foodies à medida que


elas aparecem ao seu redor. Dos vagos vegans (olá, vagons),


aos fanáticos sexy-flexis e aos que fazem jejum, aqui ficam


alguns a que deve estar atenta. QL.C.


Onde os

encontrar:

Numa reunião local do

grupo Vegans Unidos,

discutindo a melhor

receita d’ O Livro das

Receitas de Magda Roma

(ed: A Esfera dos Livros).

O que dizem:

«Adoro os sacos de pele

vegan que a Stella fez para

a próxima primavera».

O que não dizem:

«Sabia que é preciso

cinco litros de água para

cultivar uma amêndoa?»

Jantar:

Uma francesinha no

@ao26veganfoodproject

em Lisboa.

Produto de beleza:

Creme de mãos Restore,

€ 19,50, Apoem.

Não podem dizer:

«Tens flatulência?»

Lanche:

Um pão de centeio “verde”

de Trás-os-Montes

da @gleba_padaria.

Produto de beleza:

Creme hidratante

Toleriane, € 18,23,

La Roche Posay.

PANTHERMEDIA/FOTOBANCO (1)
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