s probabilidades de algum dia sabermos se foi a
própria Heidi Klum a inventar a frase: "No mundo
da moda, um dia estás dentro, e no outro estás fora"
(dita pela supermodelo e apresentadora durante
todos os episódios de Project Runway) são escassas. No entan-
to, a verdade é que a afirmação não podia estar mais correta.
Afinal, se existe algo que todos já tivemos a possibilidade de
confirmar é que, ao longo dos anos, foram várias as marcas que
nos disseram "Olá" e "Adeus" com a mesma rapidez com que
passamos máscara de pestanas nos olhos. Ainda assim, existem
casos que são uma exceção a esta regra. E na indústria da moda,
a Fiorucci – que foi lançada há mais de 50 anos – provou ser um
desses escassos nomes que conseguiu romper a norma.
A icónica marca italiana, que se tornou mundialmente co-
nhecida (especialmente) graças à imagem dos dois querubins (do
pintor renascentista Rafael) que estampou em t-shirts, calças,
camisolas, e até mesmo acessórios, nasceu em Milão, no ano de
1967, pelas mãos de Elio Fiorucci. Na altura, a ideia do jovem
designer de 28 anos para este lançamento era simples: trazer para
o seu país o estilo dos Swinging Sixties que havia conhecido numa
viagem a Londres (que na altura era a nova capital da moda). E,
em muito pouco tempo, esta decisão provou ser um verdadeiro
sucesso nacional, e por isso, partiu rumo à internacionalização.
Na década de 70 Fiorucci conquistou o mundo ocidental com
as suas coleções – que incluíam peças com padrões animal de
várias cores, feitas em PVC, e claro está, as suas calças de ganga
em stretch denim que por serem mais elásticas, marcavam
ESTILO
CRIADORES
OS ANJOS
DEVEM
ESTAR
LOUCOS
Os portões do reino dos céus abriram -se e os
querubins que até então habitavam o espaço
celestial fugiram, para voltarem a instalar -se nas
peças de roupa da icónica marca italiana Fiorucci.
Por Por Vitor Rodrigues Machado
A
FOTOS: FIORUCCI (6) / RIZZOLI (12)