ATITUDE
TRANS
1.Caitlyn Jenner;
2.Teddy Geiger;
3.Gigi Gorgeous;
4.Andreja Pejic;
5.Carmen Carrera;
6.Laverne Cox;
7.Munroe Bergdorf.
ou o teu tamanho. Não é a tua vagina, ou o útero, ou se podes gerar um
filho. Não é o teu ciclo menstrual. Não é o teu vestido ou as calças que
escolhes usar. Não é o tom da tua voz e não é o teu gosto musical ou
filmes. A feminilidade é aquilo que tu dizes ser e quem tu dizes ser. Por
isso, quando dizemos “mulher real”, o que é que realmente queremos
dizer?». E será possível definir se uma pessoa é mulher o suficiente?
Voltando a um conceito mais primário, se pensarmos no binómio
dominantes/dominados, o homem é sempre apresentado como dominante
e a mulher como dominada. «A mulher é muito invisível. A própria
sexualidade da mulher é muito invisível», afirma Sara Malcato, psicó-
loga clínica e coordenadora do Serviço de Apoio Psicológico da ILGA
Portugal. «Quando vemos na rua duas mulheres de mãos dadas, nós nem
sequer assumimos que elas possam ser namoradas. Automaticamente
pensamos que são amigas ou irmãs. Duas mulheres que moram juntas,
são colegas de casa. Nunca nos passa pela cabeça que aquelas mulheres
são seres sexuais, e que têm relações afetivas e que vivem toda a sua se-
xualidade. Porque, lá está, as mulheres são muito invisíveis», explica. Se
analisarmos as reações a manifestações feministas, independentemente
da sua escala e da exposição mediática que têm, há sempre vozes contra.
Porquê? Porque «há toda uma tentativa de calar as vozes das mulheres
feministas porque elas vêm de facto contrariar uma misoginia latente»,
refere Malcato. E se a reação ao facto das mulheres quererem ser tratadas
como iguais é tão adversa, conseguem imaginar qual é a recepção às
minorias dentro do género feminino?
ESTA SOU EU
Mulheres trans, o outro do outro. Anos de dúvidas, incertezas, muita
tristeza e solidão. Numa primeira fase pelo medo de partilhar, de mos-
trarem ao mundo quem realmente são e enfrentarem reprovação. Numa
segunda fase, já depois da aceitação, todos os processos de transição são
únicos. Não se trata de não haver
partilha porque é no conforto da
aceitação e normalização que deve-
mos viver, mas não há experiências
iguais porque não há pessoas iguais.
Processos burocráticos longos, que se
revelam penosos tanto a nível finan-
ceiro, como emocional e físico, foram
um pouco atenuados desde agosto de 2018 com a lei da autodeterminação
a declarar que já não é necessária a apresentação de um atestado médico
para autorizar a mudança de nome e género no registo civil.
Segundo dados do Ministério da Justiça, desde 2011 até junho 2018,
255 mulheres mudaram o seu nome e género no cartão de cidadão. Daniela
Bento, de 32 anos, mais conhecida por Dani, foi uma delas. A sua história
ENTRE 2011 E JUNHO DE
2018 FORAM REGISTADAS
255 MUDANÇAS DE GÉNERO
E NOMES DE MULHERES.
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