ideologia que ocupava um vasto território
incerto, que envolvia beliscar o rabo do
Príncipe Carlos e ser super simpática para
as colegas de trabalho).
Depois, em 1998, veio a HBO com
o Sexo e a Cidade, e o empoderamen-
to misturou-se com o consumismo.
“Hey, Manolo Lover”, o anúncio que
claramente foi a «prova de que és in-
dependente quando tens a liberdade
de te escravizar aos pagamentos de
um cartão de crédito». Não só fez com
que o empoderamento se transferisse
da experiência coletiva para se focar no
indivíduo, como também fez com que
ele entrasse diretamente para a cartei-
ra do designer de sapatos criando uma
confusão entre consumismo e autonomia
[financeira] feminina. Em 2003, o site
satírico The Onion fez correr um arti-
go com o título Agora as Mulheres São
Empoderadas Por Tudo Que a Mulher
Faz, com o “faz” significando “compra”.
As grandes empresas nao tinham
interesse em deixar de explorar essa
ideia da “mulher livre” como mer-
cado, um fenómeno que parecia ser
ainda maior do que o muito falado
dinheiro rosa (leia-se gay). Fosse uma
carteira “it”, um restaurante “it” ou
um sapato “it”, o “it” estava a ser ven-
dido como empoderamento; porque