Folha de São Paulo - 14.11.2019

(C. Jardin) #1

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mundo


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Linhasucessória na Bolívia

Presidente

vice

Presidente do Senado

Presidente daCâmara

?


  • aCarta nãodeterminaquem
    assume no caso deocargo de
    líderdaCâmaraestar vago, o
    queocorreu na bolívia

    • añezeraasegunda
      vice-líderdo Senado,
      oque lhe dariaodireito
      de assumirapresidência
      da Casa—nãohá no
      regimentodoSenado
      indicaçãodeque ela
      poderia assumir como
      presidente do país

    • Há outro complicador:
      nãohavia quórum,portanto
      oSenado não votou a
      confirmaçãodeAñez como
      presidentedo país.mas a
      Casarespaldouoprocesso,
      dizendo queasucessão foi
      “constitucional”




Presidente do Senado

1 ºvice

2 ºvice

Regimento do Senado

Linha sucessória no Brasil
de acordo comaConstituição

De acordo comaConstituição

Presidente

vice

Presidente daCâmara

Presidente do Senado

PresidentedoSupremo
tribunalFederal

No 1º dia, Añez troca comando do Exército


autoproclamada presidentedabolívia, senadorasereúnecommilitaresepoliciais;2jovens morrem em protestos



  • Sylvia Colombo


LAPAZUm diaapósse declarar
presidente interinadaBolívia,
asenadoraJeanine Añezrece-
beu noPalácio Quemado,se-
de dogoverno,oaltocoman-
do militaredapolícia do país.
Elaformalizouatroca doco-
mandantedoExércitoedis-
cutiucomosmilitares medi-
das para combaterosprotes-
tosqueincendeiamopaís —
as propostas,noentanto,não
foramdivulgadas.
Nasruas,dois jovens de 20
anosmorreram, ambosnode-
partamentodeSantaCruz. A
primeira vítimafoi em Monte-
ro,numconfrontoentreapoi-
adores doex-presidenteEvo
Moralesemembros do Comi-
tê Cívicoantigovernamental
da cidade.Aoutrafoi baleada
nacabeça emYapacaní quan-
doevistas entraram emconfli-
to compoliciais.Desdeoiní-
ciodosatos, nove morreram.
Em umacerimônia ainda
pela manhã,Añez empossou
onovocomandantedoExér-
cito, Carlos Orellana Centel-
las. Elesubstituiogeneral
WilliamsKaliman, nomeado
por Evoeque tinhafeitopro-
nunciamento natelevisão su-
gerindoarenúncia doex-pre-
sidente.Asenadora afirmou
queaocasião era“oportuna
parachamaracalma detoda
apopulação boliviana”.“Pe-
çoque abandonemasatitu-
des intransigentes.”
Centellastambém pediucal-
ma.“Somosirmãos. Informe
àBolíviaque asForças Arma-
dasestarãosempreaolado do
povo”, afirmou.
Umafotografia divulgada
pelo senador Oscar OrtizAn-
telo em umarede social mos-
traummilitar ajeitandoafai-
xa presidencialutilizadapela
senadoradeoposição.
Em uma entrevistalogode-
pois desseregistro, Añezdis-
se que querfortaleceraspolí-
cias,“que nos demonstraram
nestes dias,comoExército,
que trabalhandodemaneira
conjuntanos dão bonsresul-
tados”.Ela acrescentouque“a
únicacoisa queos bolivianos
quereméviver em paz”.
Já nocomeço datarde, Añez
disse quehaverá“um pro-
cesso eleitoral limpo”eque
“todos os cidadãosque cum-
pramcomosrequisitos pode-
rãoparticipar”.Também afir-
mou que se esforçará paratra-
zerdoexterior“irmãos bolivi-
anos que estão noexílio por
contadogoverno anterior”.
NoTwitter, asenadorajá
trocou suafoto de perfil —a
atualamostracomafaixa pre-
sidencial. Eexcluiuaomenos
uma mensagemcomtomra-
cistadesuaconta.
Apostagem apagada era
contraoAnoNovoaymara,
etnia chamada por Añez de
“satânica”,porque“a Deus nin-
guémosubstitui”.
Em umamensagemmais
recente, elalamenta asoltura
doex-presidente Lula.“Uma
pena que elesgostem de la-
drões!!!”, escreveu no sábado
( 9 ), um dia apósasaída do bra-
sileirodaprisãoem Curitiba.
Enquantoapresidenteinte-
rina sereuniacomosmilita-
resnasededogoverno,gru-
pos deapoiadores de Evose
preparavam na cidade de El
Altoparadesceràcapital e
pedir suarenúncia.
Elesconsideramilegítimo
omodocomo ela chegou ao
posto, semterquórumpara
votaçãonoCongresso.
Foiapós essa sessãoque ela
caminhouatéasededoExe-
cutivoedisse que“a Bíbliavol-
touaopalácio[presidencial]”.
Em uma manobra, ela ocu-
pouovácuo depoder deixa-
do pelarenúncia de Evo, de
seu viceedeoutros políti-
cosnoúltimodomingo( 10 ).
Oex-presidenteestavahavia
13 anos nocargoefoipressi-
onadoasair pela oposição e
pelasForças Armadas.
Nestaquarta, LaPaztam-
bémfoipalcodeconfrontos


violentosentreasforçasdese-
gurançaeapoiadores de Evo.
Políciaemembros do Exér-
cito lançaram bombas degás
lacrimogêneoenquantoum
blindado percorriaoperíme-
trodapraça deSanFrancisco,
semefetuar disparos.
Muitos dosmanifestantes
vieram de El Alto, carregando
bandeiras dosvários grupos
indígenas presentes no país.
ApraçaMurillo,onde fica
asededogoverno, foicerca-
da por policiaisesoldados
do Exército. Os manifestan-
tesgritavam“renuncie” para
anovamandatária.
Numarede social, Evoes-
creveu que legisladoresfo-
ram“brutalmentereprimi-
doseimpedidos” de entrar na
AssembleiaNacional. “Ogol-
peracistaefascistaseafun-
dana ilegalidade.”
Entreeles, estavaAdriana
Salvatierra, quefoilíder do
Senadoatérenunciar publi-
camentenodomingo, com
outros membros de seupar-
tido.Ela afirmouarepórte-
resquesuacartaderenún-
cia não havia sido apresen-
tadaàCasa,eque, por isso,
continuava nocargo. “A inda
sousenadora.”
Em outras partes do país,
houve mobilização de outros
grupos, incluindoodos pro-
dutores decocado Chapare,
deondeveio Evo.
Olíderlocal, AndrónicoRo-
dríguez, publicou vídeo emre-
de social declarando que seu
grupo está“em mobilização
nacionalcontraogolpe de Es-
tado”. “Rejeitamosaautopro-
clamação da senhoraAñez,
quefoiinconstitucional.”

Em sua primeiraentrevis-
ta coletivadesde que chegou
aoMéxico,onderecebeuasi-
lo político,oex-presidente
disse estar dispostoavoltar à
Bolívia, “se meu povopedir”.
“Vamosvoltarcedo outarde.
Quantoantes, melhorparapa-
cificaraBolívia.” Aojornal El
País, eledisseque abriria mão
de secandidatarparapor fim
àonda deviolência.
Emreação ao movimento
de Añez,achefedadiploma-
ciada UniãoEuropeia (UE),
FedericaMogherini, defen-
deuaposse da senadorapa-
ra“evitarovazio depoder”
e“convocarnovaseleições”.
“AUnião Europeia apoia
uma solução institucional que
permitaque umgovernointe-
rino preparenovas eleições”,
disseduranteuma sessão do
Parlamentoeuropeu.
Amaioria dosparlamen-
taresdeu seuaval ao pedido
de novaseleiçõeseao envio
de umamissão eleitoral da
UE, mas não houveconsen-
so quantoaosresponsáveis
pela crise boliviana.
Achancelaria doReinoUni-
doreconheceuoque chamou
de “governo interino” de Añez.
“Eleições livresejustasre-
construirãoaconfiançado
povoboliviano nademocra-
cia”, afirmouoórgãoemum
comunicado.
OBrasileosEstadosUni-
dosreconheceramAñezco-
mo presidenteinterina.Já a
Argentina, segundoinforma-
çãodeumaltooficial dogo-
verno ao jornal Clarín,não a
reconhecenocargopor en-
quanto. UruguaieCuba ain-
da não se manifestaram.

Primeirapresidente
bolivianafoifantoche

de militares em 1979


JeanineAñez, 52 ,nãoéaúnica
mulherachegaràPresidên-
cia daBolívia. Há 40 anos, em
circunstâncias igualmentees-
tranhasenum ambientepolí-
ticobastanteinstável, oposto
praticamente caiu nocolo de
LidiaGueilerTejada, quego-
vernou de 1979 a 1980.
Gueiler erapresidenteda

Câmarados Deputadoseper-
tencia ao grupo políticodoex-
presidente VictorPaz Estens-
soro( 1907 - 2001 ), quehavia si-
do presidenteemtrês ocasi-
ões.Naseleições de 1979 ,ne-
nhum doscandidatosrece-
beu 50 %dosvotose,pela lei
daépoca, aescolha tinhaque
serfeitapeloParlamento, que
tampoucochegouaconsenso.
Opoder acabou ficando
comolíderdo Senado,Wal-
terGuevara.Noentanto, os
militares não aceitaramaideia

Autodeclaradapresidenteinterina,JeanineAñezrealizacerimôniacommilitaresnasededogoverno CarlosGarciaRawlins/Reuters

epromoveramumgolpe,li-
derado pelogeneral Alber-
to Natusch. Masoplano das
Forças Armadastambém não
deucerto. Umagrande gre-
ve geralpressionou osmili-
tares, que, 16 dias depois, en-
tregaramocargoàpresiden-
te da CâmaradeDeputados,
Lidia Gueiler.
Os historiadores, porém,re-
ferem-seaesse períodocomo
partedeumgoverno militar,
em que Gueiler eraapenas
umrostocivil paraacalmar
os trabalhadoreseamenizar
oimpactodogolpe.
Ocuriosoéque, em seu pas-
sado,Gueiler havia tido um
históricopolíticomuitodife-
rentedeAñez.
Seaautoproclamada pre-
sidentedaBolíviaéuma mu-
lherreligiosaeconservadora,
Gueiler havia sidoguerrilhei-
ra na juventude,tendoatuado
como transportadoradear-
mas paraamilícia Movimen-
to NacionalistaRevolucioná-
rio (MNR)—ouseja, erapar-
tidária da lutaarmada.
Conhecida por ser muito
combativa,fezumagrevede
fomeem 1951 ,comoutras 27
mulheres, pela libertaçãode
presos políticos. Após oito
dias, alcançaramoobjetivo.
Declasse média alta, eraboa
jogadoradetênis, ruivaegos-
tavade lerromances proibi-
dos na épocamilitar,oque
tornou sua vida pessoal ob-
jetodecuriosidade popular.
Gueiler acaboutirada do
poder por outrogolpe mili-
tar, deixandoopaísebuscan-
doexílio naFrança. Ela mor-
reuem 2011 ,aos 80 anos, na
capital LaPaz.
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