aeee
ObrasileiroTaison,doucrani-
ano ShakhtarDonetsk,mos-
trouodedo médioechutou a
bola nostorcedoresdoDína-
mo de Kievquefaziamsom
de macacoacadavez queele
eseu patrícioDentinhopega-
vamnabola.
Oárbitroparouojogoaté
queamanifestaçãocessasse e
expulsouoatacanteporcon-
dutaantiesportiva.
Seguiu rigorosamenteasre-
gras dofair playdaFifa.
Porqueabrancatransna-
cionaldofutebollimita-se às
campanhas inúteis contrao
preconceito, apenas paraficar
bemcomaconsciênciapoliti-
camentecorreta,sem botar em
riscoasfortunas queamealha.
Parênteses:oque se poderia
fazerderealmenteeficaz para
conterabestialidade?
Há quase 50 anos nesteofí-
cio detestemunharecontar
histórias, admitoaimpotên-
cia diantedetamanhaestu-
pidezdesde sempre.
Encerrartodosequaisquer
jogos nos quais acontecessem
atostãodesprezíveis seria, pa-
ra muitosbem intencionados,
asolução.Seria mesmo?
Imagineacena: final da Co-
pa do Mundo no Qatar,Brasil
eFrançadisputamojogoque
podevalerohexacampeona-
to paraoladoverdeeamare-
lo eotri paraoazul, brancoe
vermelho.
Então,onegroGabriel, que
traz Jesus no nome,pegaa
bolaetorcedoresucranianos
presentesaoLusail Iconic Sta-
dium, para 80 mil lugaresecus-
to de quase 3 bilhões dereais,
imitammacacoscomentusi-
asmo aindaredobrado quan-
dootambémnegrofrancêsMbappé desarmaocentroa-
vantebrasileiro.
Oárbitroalemão encerrao
jogoimediatamente.
Alguém acreditaemtal pos-
si bilidade?Eque culpatem a
maioria que nadafez?
Oquefazer?
Fingirque não houvenada,
ouvidos moucos paraabar-
bárie,como outralegiãobem
intencionada pregadianteda
ineficiência das medidas até
hoje adotadas? Não seria uma
forma de cumplicidade?
Pa raficar claro:areferên-
cia aosucranianos se dá ape-nasparacontemplaros torce-
dores que agrediramTaison e
Dentinho, que dissetervivido
emKievopior dia de sua vida.
Substitua-os poritalianos,
argentinos, americanos ou
brasileiros etc. que dá no mes-
mo.Averdade pareceestar na
constatação de queoser hu-
manoéprojetoinviável, não
deucerto.
Aintolerânciagoleiaeabo-
la que pinga na áreatemsido
bem aproveitada por cineastas
brasileiros (“Bacurau”), ameri-
canos (“Coringa”), argentinos
(“A OdisseiadosTontos”),sul-
coreanos (“Privilégio”), para
mostrarcomoadesigualdade
conduzàviolência ilimitada.
Taisonmostrouodedo,o
instrumentodeque dispunha.
Tivesse uma metralhadora
sabe-se láoquefaria.
Comocondená-lo?
Ao contrário,mereceotro-
féudos indignados.
Acovardiadosistemaestádisseminadaapontodeosco-
vardes se sentiremautorizados
aagredir adversários,amas-
sacrar indígenas, quilombo-
las, gays, imigrantes,excluídos
emgeral, ou aténegaranos-
sa Constituiçãoporquenem
sequeraLei Áureaaceitaram
atéhoje,comodiz ummeme
que viralizou.
Édos injustiçados que se
esperamagnanimidade, que
substituamaraivapela gene-
rosidade, que deemaoutrafa-
ce.SeráLulacapaz defazero
papel deconciliador,derepe-
tir MahatamaGandi,Nelson
MandelaouPepe Mujica,to-
dos presoscomo eleepor mais
tempo?
Ou de John Lennon,que es-
creveu ser “a Mulheronegro
do mundo,oescravodoses-
cravos, pensearespeito, faça
algocontraisso”.
Lembre-se:não bastaser
contraoracismo,épreciso
ser antirracista, disseTaison.Oque fazer? Voltaemeia opreconceitoreapareceecommais virulência
- JucaKfouri
Jornalistaeautor de “Confesso que Perdi”.Éformadoem ciências sociais pelaUSP
Oracismo,como sempre!
|dom.Juca Kfouri,Paulo ViniciusCoelho,Tostão|seg.Juca Kfouri, Paulo ViniciusCoelho |qua.Tostão |qui.Juca Kfouri|sex.RenataMendonça|sáb.KatiaRubio
ESPORTEAOVIVO16h45Inglaterra
xMontenegro
Eliminatóriasda
Eurocopa,EIPlus
PortugalxLituânia
Eliminatórias da
Eurocopa,TNT, EI Plus
FrançaxMoldávia
Eliminatórias
da Eurocopa,
sPacE, EI Plus18h30BrasilxEUA
Pré-Olímpico
feminino de
basquete,sPorTv 220hBrasilxFrança
Mundial sub-17
masculino de
futebol,sPorTv21h30Corinthians
xFerrocarril
LigaSul-Americana
masculina de
basquete,sPorTv 216h18h20h22hTalvez seria maisvalorizado no meu
país sefossebranco, afirma Hamilton
- LucianoTrindade
sÃoPauLoSeisvezescampe-
ão da F- 1 ,Lewis Hamilton afir-
mou que “talvez” tivesse um
reconhecimentomaior em
seu paíssefosse branco.
Únicopilotonegrodacate-
goria,obritânicodesembar-
couemSãoPaulo,onde dis-
putaoGPBrasil no domingo
( 16 ), jácomotítulode 2019 as-
seguradoefalou sobreaques-
tãoracialna Inglaterra.
“Eu nãocorropor reconhe-
cimento, nãoéissooqueme
impulsiona, não procuropen-
sar nessefato.Talvez ascoisas
fossem diferentesseeufosse
branco,mas, no fimdascon-
tas, prefiromeconcentrarnas
coisas positivas”,disse.
Em seu país, Hamilton, 34 ,já
teve oseu patriotismoquesti-
onado.Emjulho,noGPdaIn-
glaterra,foiquestionadoso-
bresupostamentenãoterso-
taquebritânicoepela decisão
de morar em Mônaco.
Naocasião,opilotoreafir-
mouoamorpela Inglaterra.
“Euvouatodas essascorridas
elevantoabandeira britâni-
ca comorgulho.Não há mais
ninguém nesteesporte que a
tenha elevadotanto.”
Já duranteoGPdoMéxico,
em outubro, ochefedaMer-
cedes,Toto Wolf,relembrou
queoinglês sofreuataques
racistas na infância. “Quando
Lewis eramaisnovo,ele eraa
únicacriança negranomeio
das brancas,eeusei que ele
sofreuataquesraciais.”
Em seu 13 ºGPBrasil,oin-
glêsdizque nãovê problemas
dereconhecimentonoBrasil.“A motodas asvezesemque
venho ao Brasil. Sintoque os
brasileiros estãogostando
cadavezmaisde mim”,afir-
mou.“Vejofamílias dedife-
rentes etniaseorigens, vindo
atémimedizendo: ‘Meu filho
quer ser um piloto’.Issoéóti-
mo,mas existeumproblema.
Acada ano, ficamaiscaro.”
Críticodoaltocustodoau-
tomobilismo,Hamiltonvê o
esportemaiscaroatualmen-
te do que quandocomeçou.
Segundo ele,éprecisorever
algumas das diretrizes.
“Se euvoltasse notempo e
tivessequecomeçartudo ho-
je, talvez não chegasseàF- 1 .O
esporteestáficando maisca-
roecaminhando na direção
errada. Vindo de umafamília
de classe média, não me ima-
ginarianaF- 1 ”, afirmou.- Victor Mather
THeNeWYoRKTimesColin Ka-
epernick,oquarterback que
há quasetrêsanos lutapara
retomaracarreira na NFL de-
pois de seajoelhar durante a
execução do hino americano
nocomeçodepartidascomo
forma de protesto, foiconvi-
dadoamostrar suaforma aos
times da liganosábado ( 16 ).
Ele deveestar nasinstala-
ções doAtlantaFalcons para
seravaliado pelos times,se-
gundo memorando enviado às
32 equipes pela direçãodaliga.
“Nocomeçodo ano, discu-
timos medidascomosrepre-
sentantes dele.Elesenfatiza-
ramopreparodoatleta eque
ele estáprontoatreinarcom
os clubes”, dizomemorando.
Kaepernick, 32 ,eseusrepre-
sentantesforamnotificados
naterça( 12 )sobre oconvite
einformados de que tinham
duas horas paraconfirmar
ocomparecimentoaoteste.
Osrepresentantes estavam
confusos quantoàescolhade
um sábado paraoteste, já que
esteéodia em queostimes
viajam paraseusjogosfora
decasa.Osagentes pediram
queotestefossenaterça,dia
em que os clubes usualmen-
te testam potenciaiscontra-
tados duranteatemporada.
Oapelofoinegado pela liga.
Naterça, Kaepernicktuitou
que“acabo de ser informado
por meusrepresentantes que
Teste pode encerrarcalvário
de Kaepernickfora da NFL
Quarterback que protestou duranteohino americano não jogadesde 2017
adireção da NFL osconta-
tousobre umtesteemAtlan-
tano sábado.Estouemfor-
maeprontoparaisso há três
anos,emal posso esperar pa-
ra verostreinadoreseosdi-
rigentes de times no sábado”.
Emfevereiro, ele encerrou
por acordo queixacontraa
NFL, na qual acusavaos ti-
mes deconluio paramantê-
lo fora do esportedevido aos
protestos em 2016 .Ele não jo-
goumais desdequefez 11 par-
tidascomo titular pelo 49 ers
naquelatemporada—otimeteve 2 vitórias e 14 derrotas.
Desde então, oquarterback
eseu estafe lutaram por um
empregona NFL. Um mêsan-
tesdoiníciodaatual tempora-
da,oatletapostou vídeoalar-
deandoapreparação paraum
retorno.“ 5 h. 5 dias por sema-
na. Por 3 anos. Aindapronto.”
OagenteJeffNalleyinfor-
mouaimprensa em outubro
de queojogador haviavisi-
tado Seattle no segundotri-
mestrede 2017 ,quandooSea-
hawksestavaembuscadeum
reserva paraRussell Wilson.Estefinaldesemana pode
representaramelhor,etalvez
aúltima, oportunidade para
oquarterbackvoltarajogar.
Os times da NFLrealizam
testescomoschamados
“agentes livres” [atletas sem
contrato],observando-osem
suasinstalações quando estão
em buscadereposições oure-
forços. Os timestambém en-
viamrepresentantesadiver-
sos locais do país paraavali-
ar potenciais escolhas para
odraft. Mas nenhumtestou
Kaepernick nos dois últimosanos,eéraroquealigaorga-
nizeumteste, excetuado seu
eventodeseleção de jogado-
resnointervalo entre as tem-
poradas,econvide os 32 times.
Kaepernick ficouconheci-
do pelos passesprecisos, bra-
ço forteecapacidade de esca-
par da marcação, ao substitu-
ir AlexSmith, lesionado,co-
mo titular do 49 ers em 2012 ,e
levaraequipeaoSuperBowl,
vencido peloBaltimoreRa-
vens.Natemporada seguin-
te,ajudou o 49 ersachegarà
finaldaConferênciaNacional.
Mas, em 2016 ,apesardeter
feito 16 passes paratouch-
downcomsóquatrointer-
ceptaçõesemantido umamé-
dia de 6 , 8 jardas porcorrida,
ele haviasetornadomaisco-
nhecidocomo um dosatletas
mais polarizadores dos EUA.
Emboraele nãotenha entra-
do emcamporecentemente,
sua figurapesa sobrealiga.
Depois queficousem time,
diversos jogadores imitaram
seu protestoduranteohino.
Algunscontinuamamenci-
oná-locomo inspiração,emú-
sicos serecusaramatocar no
SuperBowl poracreditar que
aligatenhavetadooatleta.
Quando protestos se espa-
lharam pela NFL nocomeço
datemporada 2017 ,Donald
Trump disse que quem que
não ouvisseohino em posição
derespeitodeveriaser demi-
tidos. Em agosto, Trump dis-
se que achava que Kaepernick
deveria sercontratado,“se ele
forbomobastante”.
Otestesurgeemum ano
complicado paraosquarter-
backs, apóssérie de lesõesco-
locarreservasnocomando
de timeseexporaescassez
decandidatosparaaposição
maisglamorosadoesporte.
AndrewLuck,doIndiana-
polis Colts, decidiu abrupta-
menteseaposentar porcon-
ta de suas lesões,eoutros as-tros,comoBenRoethlisberger
(doPittsburgh Steelers), Cam
Newton(CarolinaPanthers)
eDrewBrees (NewOrleans
Saints) ficaramforade seus
times porlongosperíodos.
Mas nenhum deles estáfo-
ra hátantotempo quantoCo-
lin Kaepernick.
Tradução de Paulo Migliacci$
Caso Colin
KaepernickDe joelhos (set.2016)
ColinKaepernick se ajoelha
na execução do hino dos
EUAemumjogodepré-
temporada do SanFrancisco
49erscontraoSan Diego
Chargers. Eleévaiadoojogo
todo pelosfãsdos ChargersFala,Trump (set. 2017)
Opresidentedos EUA, Donald
Trump,diz que jogadores que
se ajoelham naexecuçãodo
hinodeveriamserdemitidos.Queixa(out.2017)
Semcontratocom clube,
Kaepernick prestaqueixa
contraaNFL,acusando os
32 times deconluio para
mantê-lofora da liga.AstrodaNike(set.2018)
ColinKaepernick setorna
oprincipalrostodos 30
anos da campanha “Just Do
It”, da Nike.“Acrediteem
algo. Mesmo que signifique
sacrificartudo”,diz otexto
que acompanha umafoto do
jogador em pretoebranco.Acordo(fev.2019)
ANFL chegaaum acordocom
Kaepernick sobre as queixas
prestadas pelo atletaem2017.
Jogadorealigafirmam um
acordo deconfidencialidade
sobre os termos do ajuste.Eli Harold, ColinKaepernickeEric Reid protestam em 2016 ThearonW. Henderson-6.out.16/AFP/Getty Imagesesporte
QUinTA-FEirA, 14 DE nOVEMbrODE2019 B9