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Lágrimas Árabes
ssim que entrou no gabinete, Halvorsen mostrou-se muito
surpreendido por ver Harry.
– Já chegaste? Sabes que são apenas...
– Não conseguia dormir – murmurou Harry, sentado a olhar para o monitor
do computador de braços cruzados. – Estas máquinas são tão irritantemente
lentas.
Halvorsen espreitou por cima do ombro dele.
– Tudo depende da velocidade da transferência de dados quando estás na
Net. Agora estás a usar uma linha ISDN standard mas, anima-te, em breve
teremos banda larga. Andas à procura de artigos no Dagens Nœringsliv?
– Eh?... Sim.
– Arne Albu? Falaste com Vigdis Albu?
– Sim.
– O que é que eles têm a ver com o assalto ao banco?
Harry não ergueu os olhos. Não dissera que tinham alguma coisa a ver com
o assalto, mas também não dissera que não tinham, por isso era muito natural
que o colega tivesse feito aquela associação. Harry foi poupado à resposta,
porque nesse momento o rosto de Arne Albu encheu o monitor. O sorriso
mais aberto que Harry vira naquele dia presidia sobre uma gravata de nó bem-
apertado. Halvorsen deu um estalido com os lábios e leu em voz alta:
- Trinta milhões pelo negócio de família. Hoje Arne Albu pôde meter ao
bolso trinta milhões de kroner depois de a cadeia de hotéis Choice ter
adquirido ontem todas as suas acções da Albu AS. Albu afirma que pretende
dedicar mais tempo à família, o que constituiu o principal motivo da venda
da sua empresa de sucesso. «Quero ver os meus filhos crescer», disse Albu
quando entrevistado. «A família é o meu investimento mais importante. »
Harry pressionou PRINT.
– Não queres o resto do artigo?