– Você só queria ver como eu reagia, não era? – Albu esmagou a ponta do
cigarro contra o mármore. – E queria vingar-se, foi por isso que o contou à
minha mulher. Estava zangado. Um rapazinho zangado que bate em tudo
aquilo que surge no seu caminho. Está satisfeito?
– Quando descobrir o endereço dos e-mails , vou apanhá-lo – disse Harry. Já
não estava zangado. Apenas cansado.
– Não vai encontrar qualquer endereço de e-mail – disse Albu. – Desculpe,
meu amigo. Podemos continuar com este jogo, mas você não vai vencer.
Harry esmurrou-o. O som das articulações a embaterem em carne foi rápido
e abafado. Albu cambaleou para trás, e levou a mão ao sobrolho.
Harry via a própria respiração a erguer-se cinzenta, na escuridão da noite.
– Vai precisar de pontos – disse.
Albu olhou para a mão cheia de sangue e riu-se grosseiramente.
– Santo Deus, Harry, és mesmo mau perdedor. Não te importas que nos
tratemos pelos nossos primeiros nomes? Acho que isto nos aproximou, não
achas?
Harry não respondeu e Albu riu-se ainda mais alto.
– O que é que ela via em ti, Harry? Anna não gostava de falhados. Pelo
menos, não deixava que eles a fodessem.
As gargalhadas tornaram-se ainda mais altas quando Harry regressou ao
táxi, e a extremidade denteada da chave do carro cortou-lhe a pele quando a
mão se fechou com mais força à volta dela.
6 Information Techonology. (N. da T.)