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Nebulosa do Cavalo
arry acordou com o toque do telefone e olhou para o relógio de olhos
semicerrados. 07h30. Era Øystein. Saíra do apartamento de Harry apenas há
três horas. Conseguira localizar o servidor no Egipto e agora tinha feito mais
progressos.
– Mandei um e-mail a um velho amigo. Vive na Malásia e faz um pouco de
hacking . O ISP está situado em El Tor, na península do Sinai. Têm bastantes
ISP por aquelas redondezas, é uma espécie de centro. Estás a dormir?
– Mais ou menos. Como é que vamos encontrar o nosso cliente?
– Receio que só haja uma maneira. Ires até lá com um maço grosso de
verdinhas americanas.
– Quanto?
– O suficiente para que alguém te diga com quem deves falar. E para
conseguires que a pessoa com quem falares te diga com quem tens mesmo de
falar. E para que a pessoa com quem tens mesmo...
– Já percebi. Quanto?
– Uns mil dólares devem dar-te um certo avanço.
– Achas que sim?
– Não faço a mínima ideia. Como raio é que poderia saber uma coisa
dessas?
– Ok. Fazes-me isso?
– Claro.
– Vou-te pagar uma ninharia. Viajas no avião mais barato e ficas num hotel
de merda.
– Combinado.
Era meio-dia e o refeitório do Quartel-general da Polícia estava cheio.
Harry cerrou os dentes e entrou. Não antipatizava com os seus colegas por
princípio; antipatizava com eles por instinto. E, à medida que os anos
passavam, estava a piorar.