Vingança a Sangue-Frio

(Carla ScalaEjcveS) #1

– Deve esperar-se por reforços. Não se devem defrontar assaltantes nem nos
devemos expor, a nós, aos empregados bancários ou os assaltantes a um
perigo desnecessário.


– Certo, é isso que o manual diz. A coisa estranha é que ele era um dos
melhores e mais experientes investigadores que eles tinham. Jørgen Lønn. O
pai de Beate.


– Bom. E tu achas que foi por isso que ela se juntou à polícia? Por causa do
pai?


– Possivelmente.
– É atraente?
– É boa no que faz. Quanto?
– Já passei os vinte e quatro, faltam seis. E tu?
– Vinte e dois. Sabes que te vou apanhar.
– Desta vez, não – disse Halvorsen, a aumentar a velocidade.
– Vou sim, porque agora vêm as colinas. E aí vou eu. E tu vais ficar
estoirado e com cãibras. Como é costume.


– Desta vez, não – repetiu Halvorsen, a pedalar ainda mais depressa. Uma
gota de suor tornou-se-lhe visível na testa. Harry sorriu e inclinou-se sobre o
guiador.


Bjarne Møller olhou alternadamente para a lista de compras que a mulher
lhe dera e para a prateleira, para aquilo que pensava serem coentros. Margrete
apaixonara-se por comida tailandesa depois das férias que tinham passado em
Phuket no Inverno anterior, mas o chefe da Brigada de Homicídios ainda não
estava à vontade com os diversos legumes que eram diariamente
transportados de Banguecoque até à mercearia paquistanesa em
Grønlandsleiret.


– Isso são malaguetas verdes, chefe – disse-lhe uma voz junto do ouvido.
Bjarne Møller virou-se e olhou para o rosto corado e manchado pelo suor de
Harry. – Alguns desses, umas poucas fatias de gengibre e podes fazer sopa
tom yam . Vão sair-te a fumegar pelas orelhas, mas vais-te livrar de uma certa
quantidade de merdas.


–   Parece  que acabaste    de  comer   uma,    Harry.
– Apenas uma pequena corrida de bicicleta com Halvorsen.
– Ah, sim? E o que é que tens na mão?
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