um dos outros.
– E o teu olho?
– Provavelmente bati contra um armário da cozinha quando voltei para
casa, ou qualquer coisa parecida.
– Não te quero preocupar, Harry, mas parece algo de mais sério do que um
armário de cozinha.
– Bem – disse Harry, a pegar na chávena com as duas mãos. – Pareço-te
preocupado? As vezes em que acabei metido numa escaramuça embriagado,
foi com pessoas de quem também não gostava quando estava sóbrio.
– Já agora, uma mensagem de Møller. Pediu-me para te dizer que estava
óptimo, mas não disse o quê.
Harry rolou o café na boca antes de o engolir.
– Vais descobrir, Halvorsen, vais descobrir.
Naquela tarde, o assalto ao banco foi discutido em pormenor na reunião da
equipa de investigação no Quartel-general da Polícia. Didrik Gudmundson
informou-os de que se tinham passado três minutos desde que o alarme soou
até a polícia aparecer, mas nessa altura já o assaltante voara da cena do crime.
A acrescentar ao cerco e bloqueio das ruas mais próximas com carros-
patrulha, nos dez minutos que se seguiram tinham montado um cordão
exterior que cobria as principais artérias rodoviárias: a E18 junto a Fornebu, a
Circular 3 junto a Ullevål, Trondheimsveien junto ao Hospital Aker,
Griniveien acima da Bærum e o cruzamento junto à Carl Berners plass.
– Quem me dera podermos chamar a isto um cordão de ferro, mas hoje em
dia sabemos como é o nosso pessoal.
Toril Li interrogara uma testemunha que reportara ter visto um homem com
uma balaclava a saltar para o lugar do passageiro de um Opel Astoria branco
que o esperava, na Majorstuveien. O veículo virara de imediato à esquerda e
subira em direcção à avenida Jacob Aalls. Magnus Rian referira que outra
testemunha vira um carro branco, possivelmente um Opel, a dirigir-se a uma
garagem em Vindern e momentos depois saíra dali um Volvo azul. Ivarsson
estudou o mapa pendurado no quadro branco.
– Não me parece descabido. Emite também um aviso para Volvos azuis,
Ola. Weber?
– Fibras têxteis – disse Weber. – Duas atrás do balcão sobre o qual saltou e
uma junto da porta.