– Er... que quer dizer com suspeita?
– A porta estava trancada? Alguma janela aberta? Algum cheiro ou som em
particular? Alguma dessas coisas?
– A porta estava trancada. Não vi janelas abertas, mas também não estava à
procura. O único cheiro era de diluente...
– Aguarrás?
Outra voz.
– Há algum material de pintura numa das divisões maiores.
– Obrigado. Reparou em mais alguma coisa, Jensen?
– Qual foi a última coisa que disse?
– Som.
– Som, sim! Não, nenhum som, silencioso como um túmulo. Isto é... ah,
ah... não quis...
– Tudo bem, Jensen. Conhecia a falecida?
– Nunca a tinha visto antes de ela ter entrado na minha loja. Nessa altura,
parecia bem viva.
– O que é que ela queria que fizesse?
– Que arranjasse o termóstato do aquecimento do chão da casa de banho.
– Poderia fazer-nos um favor e verificar se há mesmo algum problema com
o termóstato? Ou ver se ela tinha mesmo aquecimento.
– Para quê? Oh, estou a ver, ela pode ter preparado tudo isto para que nós a
encontrássemos.
– Qualquer coisa nesse género.
– Sim, bem, o termóstato estava frito.
– Frito?
– Não funcionava.
– Como é que sabe?
Interrupção.
– Devem-lhe ter dito para não tocar em nada, Jensen. Não lho disseram?
– Si-im, mas vocês demoraram tanto tempo a chegar que comecei a ficar