associação. Escrevíamos palavras em pedaços de papel, esse tipo de coisa. –
Harry, pouco à vontade, sorriu. – Pode parecer um pouco vago, mas, por
vezes, produzia resultados. Pergunto-me se o poderíamos tentar.
– Se quiseres.
Harry voltou a ser atingido pelo facto de Beate parecer muito mais
confiante quando estavam concentrados num vídeo ou no monitor de um
computador. Olhava-o agora como se ele tivesse acabado de sugerir um strip-
poker.
– Quero saber o que sentes em relação a este caso em particular – disse ele.
Ela riu-se nervosa.
– Emoções, hm.
– Esquece um bocado os factos frios. – Harry inclinou-se para a frente na
cadeira. – Não sejas a rapariga inteligente. Não precisas de te fundamentar em
nada para aquilo que disseres. Diz-me apenas o que o teu instinto te diz.
Beate baixou os olhos sobre a mesa. Harry esperou. Depois ergueu o rosto e
olhou-o directamente nos olhos.
– A minha aposta vai para o dois.
– Dois?
– Previsões futebolísticas. Ganha a equipa visitante. Um dos cinquenta por
cento que nunca solucionamos.
– Certo. E porquê?
– Aritmética simples. Quando se pensa em todos os idiotas que não
apanhamos, um homem como o Executor, que pensou cuidadosamente nas
coisas e conhece um pouco a maneira como trabalhamos, tem bastantes
hipóteses.
– Hm. – Harry esfregou o rosto. – Então os teus instintos fazem matemática
mental?
– Não exclusivamente. Há qualquer coisa na maneira como ele funciona.
Tão determinado. Parece estar a ser conduzido...
– O que é que o está a conduzir, Beate? Dinheiro?
– Não sei. Segundo as estatísticas, o principal motivo para os assaltos é o
dinheiro, o segundo a excitação e...
– Esquece as estatísticas, Beate. Agora és uma detective. Não estás apenas a