Califa — Condená-la?
Vizir — Sim, ó rei dos árabes! Prescreve a lei mosaica que a mulher sob
acusação de adultério seja lapidada, morta a pedradas, em plena rua, pelo
povo. Então os judeus, enfurecidos, levaram a mulher para diante de Jesus,
filho de Maria. Nathan Hazer, fariseu rico, que parecia o mais prestigioso do
grupo, sustentando nas mãos duas ou três pedras, interpelou o Mestre:
“Determina a lei de Moisés que esta mulher seja lapidada. Que pensas disso,
ó rabi?” Issã ergueu os olhos, olhos cheios de infinita candura, e olhou para a
acusada. A mísera rapariga, deitada por terra, ocultava o rosto com as mãos e
os cabelos. As suas vestes estavam rotas, os seus pés, feridos. Na imensa
vergonha, não ousava fitar aquele que os impiedosos acusadores haviam
escolhido para supremo juiz. Isaac Hana, outro fariseu, insistiu com
arrogância: “Sabemos que és implacável na luta contra o pecado. Que
decides em relação a esta mulher, ó rabi?” Jesus não respondeu. Abaixou-se
e, com a ponta do dedo, pôs-se a escrever no chão.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1