— Não seja esta a dúvida — respondeu Chana. — Posso muito bem
ajudá-lo. Sei ler qualquer escrito.
E o jovem leu a carta, traçada em caracteres árabes, traduzindo-a, palavra
por palavra. Um ou outro termo do urdu^25 exigia esclarecimento. Chana
elucidou o velho sobre todos os pontos obscuros. O ancião alegrou-se com
as notícias (que eram boas), pois o filho ausente avisava-o de que breve
regressaria de Karachi, a nobre Karachi, onde se achava trabalhando com seu
tio havia já cinco anos. “As suas preocupações vão terminar”, dizia a carta,
“pois dentro de duas semanas estarei ao seu lado.”
Pela tarefa de ter lido a carta, Chana recebeu do velho um aná, três bolos
de manteiga e um pedaço de pão de centeio, bolos e pão que ele saboreou
com muito apetite, pois já se sentia alquebrado pela fome.
Aquele que antes era leviano e sem cuidados e que se torna calmo e
judicioso ilumina este mundo tal como a luz do Sol livre das nuvens.
(“Dhammapada”, cap. XI)
Chana juntou na mão o dinheiro ganho e contou outra vez as moedinhas: