fogo, proclamando, na extrema decisão, com voz grave:
— Meu filho, esta rupia não foi ganha com o teu trabalho!
— Meu pai! — bradou o rapaz, num protesto incontido.
— Ah! — sorriu o velho Samuya. — Ah! Meu filho! Então foi. Sim, foi
ganha com o teu trabalho. O teu protesto, sincero e expressivo, é a prova
veemente! Das outras vezes, quando atirei a moeda ao fogo, nada disseste.
Mas desta vez protestaste. E por quê? É que hoje, meu filho, recebeste a
grande e sábia lição da vida! O dinheiro ganho com o trabalho não deve ser
atirado, como palha sem valor, ao fogo do desperdício.
E, depois de breve pausa, o nobre Krivá prosseguiu, com ênfase:
— Só o trabalho honrado nobilita o homem. Pelo trabalho, unicamente
pelo trabalho, pode o homem servir; servir à família, servir aos amigos,
servir à sociedade. Aquele que não trabalha, não serve. Trabalhar é servir.
Servir é trabalhar. Uma vez que és um homem do trabalho, não tenho
dúvida em deixar toda a minha fortuna em tuas mãos. A riqueza por mim
acumulada, entregue a um homem de bem, de caráter firme, será uma fonte
de incalculáveis benefícios para a coletividade e para a pátria!
E rematou, comovido:
— Chana! És o meu filho bem-amado! Tenho orgulho de ti! Ganhaste,
hoje, para toda a vida, a primeira rupia com o teu trabalho!