O “t” em árabe e os três beduínos
O seu falar é tão suave que abre todos os caminhos do meu coração.
El-Rozali
Silêncio profundo se fez naquele instante — aquele silêncio de quarto
escuro que os árabes denominam sokout . O professor Wadi Bechalani entrou
pela porta lateral, cumprimentou, risonho, os alunos ( Naharak said! Naharak
said! Bom dia! Bom dia!) e subiu, de maneira lenta e grave, para o estrado.
Da pequena caixa de papelão, aberta sobre a mesa, escolheu com religioso
cuidado um pedacinho de giz e (como fazia, aliás, invariavelmente, todos os
dias) aproximou-se do quadro-negro.
— A nossa aula de hoje — começou o insigne ulemá, em tom de
simpatia. — A nossa aula de hoje, que é a sexta lição deste curso, terá por
tema um assunto de palpitante interesse para os estudiosos: O “t” em árabe.
E segurando o giz com a ponta dos dedos escreveu, com letra bem
torneada, no alto do quadro:
O “T” EM ÁRABE