- Sim, e muita alegria trouxe isso ao Norte de Inglaterra. Lamento, não deveria falar assim do
seu pai. Tudo se passou há tanto tempo. E, com o rei que agora temos, a situação não é muito
melhor, embora este, ao menos, se restrinja a mulheres. – Virou-se para Tom. – Diz-me, quantas
mulheres tem o rei?
Antes que ele pudesse responder ou distrair aquela senhora, que não parecia ter reservas, de
um discurso tão infeliz, ela prosseguiu, imperturbável: - Se fosse um garanhão dos meus estábulos, mandava-o castrar, mas suponho que todos
ficássemos a perder com isso, já que precisamos dos herdeiros dele. Não que ele pareça muito
capaz nessa área. Só tem bastardos, segundo me consta.
Até Mall estava atónita perante aquele palavreado.
O mesmo não se passava com Frances, a quem Lady Howard parecia absolutamente
encantadora. - Ah, minha senhora, mas não falaria de castração se conhecesse o rei. Tem um encanto que é
único.
Lady Howard inclinou a cabeça, fazendo com que Frances se lembrasse de imediato do seu
indiscreto papagaio. - E quem é a senhora?
- Já lhe disse, mãe, é Mistress Frances Stuart – interveio Tom, com um ar agitado.
Mall Howard fitou-a com um interesse súbito. - A famosa Mistress Stuart? A única mulher do reino que resiste aos avanços do rei? A dama
com quem ele poderia ter casado se a rainha tivesse perecido? Conte-me, estou fascinada, como
mantém a honra há tanto tempo? - Mãe, por favor – censurou Tom.
Contudo, Frances riu-se. - Eu gosto do rei e ele também gosta de mim. E sabe que, ao contrário de outros, nada quero
dele, pelo que não consegue subornar-me. – Sorriu à mulher mais velha. – É isso e um pouco de
astúcia e subterfúgios! - Quem me dera que outras damas tivessem as suas habilidades, minha querida. Acredite em
mim, não que eu seja puritana, mas a licenciosidade da corte não tardará a fazer com que esta
seja julgada. Não que isso me importe. Estarei a salvo em Naworth, graças a Deus. Mas
preocupo-me aqui com o Tom. Sempre foi o meu preferido, ao contrário do seu pomposo irmão,
o conde. – Por fim, voltou-se para Mall. – E agora ouço que se apaixonou por si e, se se
casarem, darão azo a grande escândalo.
De repente, Mall parecia muito vulnerável. - Amo-o mais do que à minha própria alma, minha senhora.
- Amor! Ora! Não podiam limitar-se a ir para a cama, como todos os outros fazem aqui? Mas
suponho que já o tenham feito... Ele é um homem adulto, capaz de cometer os seus próprios
erros e, ainda por cima, é o filho mais novo. Que tenho eu a ver com isso?
Tom pegou-lhe na mão. O laço que os unia era impressionante. - Quero que aceite a minha escolha, para não ter de ocultar os meus sentimentos da mãe que
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
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