consciente da proximidade dele. – Se eu tivesse suspeitado aonde Lorde Rochester o levava,
teria ido lá eu e dito das boas à tal mulher por corromper a inocência do meu irmão!
O duque sorriu.
- Estou certo de que as senhoras do Barrete de Cardeal teriam apreciado muitíssimo a sua
opinião. Mas talvez o seu irmão preferisse que não se chamasse tanta atenção para a situação. - Tem razão, com certeza. Ele nunca me teria perdoado. – Frances mordeu o lábio. – A Mary
ficará muito tempo com a família da mãe? - Isso depende – disse ele, fitando-a com uma expressão clara e direta, como se emergisse de
um túnel escuro e pudesse por fim ver o caminho – de muitas coisas. Ela gostaria de regressar a
Cobham mas, sem uma dama de companhia, não seria apropriado.
Frances riu-se, parando em seguida, já que não parecia um comportamento adequado. - Então precisa de uma dama de companhia para a Mary poder estar em sua casa?
- É verdade.
- E que qualidades teria de ter essa dama de companhia?
Ele esboçou lentamente um sorriso. - Teria de ser bela.
- Compreendo.
- E capaz de cantar canções francesas.
- Deveras?
- E de montar destemidamente.
- Será difícil corresponder a todos esses requisitos.
Mas o duque ainda não terminara. - Precisará também de saber vestir-se com elegância, para poder ensinar a Mary a vestir-se
como dita a moda. - Estou certa de que a Mary não esperaria menos.
- E terá de dançar com a leveza de uma folha na primavera.
A emoção apoderava-se de Frances. Esperança. Medo. Alívio. - Mas onde pensa que encontrará tal modelo?
O olhar dele acelerou-lhe a pulsação. - Esperava poder dizer que estou a vê-la neste momento.
- Não falará de mim, com certeza? Pois eu mesma precisaria de uma dama de companhia...
- A menos que fosse minha esposa.
Frances apertou mais o casaco para se proteger do frio, com a respiração contida no ar
matinal. - Não terá passado pouco tempo desde o falecimento da sua esposa para ter pensamentos
desses? - Era do conhecimento geral que eu e a minha mulher não nos víamos com bons olhos. –
Frances sabia que aquilo era um eufemismo. – Poucos arquearão sobrancelhas se eu tornar a
casar. - Exceto uma pessoa. – A mão fria do medo agarrou-lhe o coração. – Que poderia fazer muito