— Se não há garota desaparecida, não há escândalo.
— Ela vai precisar de um passaporte.
— Receio que não possa ajudar.
— Por que não?
— Porque não posso gerar um passaporte falso com a imagem dela
sem disparar alarmes. Além disso, você e o seu serviço são muito bons nesse
tipo de trabalho.
— Temos que ser.
Caminharam em silêncio pela rua tranquila. Gabriel tinha esgotado
suas
objeções e perguntas. Ele podia apenas dizer não, algo que não
estava preparado para fazer.
— Ela, pode não estar em condições de viajar — falou, por fim. —
Na verdade, talvez leve um tempo até poder fazer qualquer coisa.
— O que você quer dizer com isso?
— Se ela estiver mesmo naquela casa e se conseguirmos resgatá-la,
vamos ter que levá-la para uma de nossas propriedades seguras na França
para cuidar dela. Vou trazer uma equipe, um médico, algumas garotas
simpáticas para ajudá-la a se sentir mais à vontade.
— E quando ela estiver pronta para ser transportada?
— Mudamos a sua aparência, tiramos uma foto e a colocamos num
passaporte israelense. Então, nós a trazemos pelo canal da Mancha e ela vira
problema seu.
Eles chegaram ao fim da rua, e novamente a uma lateral da Notre-
Dame, Seymour ajustou o cachecol e fingiu admirar os pilares suspensos.
— Você ainda não me disse onde a casa fica — comentou ele,
indiferente.
— Você vai saber em breve.
— E Marcel Lacroix?
— Está morto.
Seymour se virou e estendeu a mão.
— Alguma coisa que eu possa fazer por você?
— Ande até a Gare du Nord e pegue o próximo trem para Londres.
— É mais de um quilômetro.
— O exercício vai fazer bem a você. Não me entenda mal, Graham,
mas você está com uma aparência horrível.
Seymour não conseguiu se lembrar do caminho até a Gare du Nord.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1