Devido à natureza secreta da visita de Gabriel, Whitcombe tivera
que ir a Heathrow em seu carro particular, um Vauxhall Astra. Ele o dirigiu
com a velocidade e a facilidade de alguém que passa os fins de semana
competindo em ralis. De fato, somente quando eles chegaram à West
Cromwell Road é que o velocímetro ficou abaixo dos 120.
— Que bom que estamos perto de um hospital — comentou Gabriel.
— Por quê?
— Porque, se você não desacelerar, vamos precisar ir para um.
Whitcombe diminuiu a velocidade, mas só um pouco.
— Alguma chance de pararmos na Harrods para tomar um chá?
— Eu fui instruído a levá-lo direto.
— Estava brincando, Nigel.
— Sim, eu sei.
— Você sabe por que estou aqui?
— Não, mas deve ser algo urgente. Eu não vejo Graham assim
desde... — Sua voz se perdeu.
— Desde quando? — perguntou Gabriel.
— Desde o dia em que o homem-bomba da Al-Qaeda se explodiu em
Covent Garden.
— Bons tempos — disse Gabriel, sombrio.
— Aquela foi uma de nossas melhores operações, você não acha?
— Com exceção do final.
— Vamos torcer para que esta não acabe do mesmo jeito, seja lá do
que se trate.
— Vamos torcer.
Depois de lidar com o turbilhão de trânsito na Hyde Park Corner,
Whitcombe passou pelo Palácio de Buckingham, rumando para a Birdcage
Walk. Quando o quartel do Wellington Barracks ficou para trás, ele apertou
um botão no celular, murmurou algo a respeito de entregar um pacote e
desligou de repente. Dois minutos depois, na Old Queen Street, estacionou
atrás de uma limusine Jaguar. Sentado no banco traseiro, com a aparência de
alguém que tinha comido algo estragado, estava Graham Seymour.
— Suponho que você não tenha qualquer vestuário remotamente
formal — arriscou ele enquanto Gabriel sentava a seu lado.
— Eu tinha, mas a British Airways perdeu a minha bagagem.
Seymour franziu a testa. Em seguida, olhou para o motorista e disse:
— Número 10.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1