Franzindo a testa, Fallon sentou diante de Gabriel e passou a
contemplar as própria unhas, que estavam roídas quase até o sabugo.
— Eu lhe devo desculpas por meu comportamento de ontem à noite
— disse ele após um momento. — Só estava agindo de acordo com o que
pensava ser o melhor para o primeiro-ministro.
— Eu também.
Fallon pareceu surpreso. Como boa parte dos homens poderosos, não
estava mais acostumado a ter conversas honestas,
— Graham Seymour me avisou que às vezes você é bem franco.
— Só quando há vidas em jogo — respondeu Gabriel. — No instante
em que eu entrar naquele carro, minha vida vai estar em risco. Portanto, a
partir deste momento, eu tomo todas as decisões.
— Não preciso lembrá-lo de que essa questão deve ser resolvida da
forma mais discreta possível.
— Não, não precisa. Porque, se não for, o primeiro-ministro não é a
única pessoa que vai pagar o preço.
Fallon apenas olhou para o próprio relógio. Eram 11h40: faltavam só
vinte minutos para o telefonema agendado. Ele se levantou com o aspecto
de um homem que não dormia bem havia vários dias.
— O primeiro-ministro está na Sala do Gabinete, em uma reunião
com o secretário de Relações Exteriores. Vou participar dela por alguns
minutos. Em seguida, vou trazê-lo aqui para a ligação.
— Qual é o assunto da reunião?
— A política britânica referente ao conflito entre israelenses e
palestinos.
— Não esqueça quem vai entregar o dinheiro.
Fallon deu outro sorriso sombrio e seguiu abatido para a porta.
— Você sabia? — perguntou Gabriel.
O homem se virou lentamente.
— Sabia do quê?
— Que Lancaster e Madeline estavam tendo um caso.
Fallon hesitou antes de responder:
— Não, eu não sabia. Na verdade, nunca imaginei que ele faria algo
que arriscasse tudo pelo que trabalhamos. Ironicamente, eu fui o idiota que
apresentou os dois.
— Por que você fez isso?
— Porque Madeline integrava a nossa operação política. E porque
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1