para a sala.
— Este é Dmitry Bershov — disse Lazarev, apontando para o homem
junto ao carrinho. — Tenho certeza de que já ouviu falar dele. Dmitry é meu
número dois.
— Sim, é claro — falou Mikhail, apertando a mão do vice. — Prazer
em conhecê-lo.
— Igualmente — entoou Bershov.
— E aquele homem ali — continuou Lazarev, indicando a figura à
lareira — é Pavel Zhirov. Ele lida com a segurança corporativa e com
qualquer outro trabalho sujo que for necessário. Não é mesmo, Pavel?
O homem se voltou devagar até encarar diretamente Mikhail. Vestia
um suéter preto de lã e calças cinza-carvão. Com um cabelo louro grisalho e
curto, tinha um rosto angular dominado por uma boca pequena de aspecto
cruel. No mesmo instante, Mikhail percebeu que já tinha visto aquele rosto
em uma fotografia de um almoço realizado na Córsega poucas horas antes
do desaparecimento de Madeline. Agora o rosto se aproximava em meio à
luz do fogo, esboçando algo parecido com um sorriso.
— Nós nos conhecemos? — perguntou Zhirov, apertando a mão de
Mikhail.
— Acredito que não.
— Você me é familiar.
— Ouço isso com frequência.
O sorriso se esvaiu, os olhos se estreitaram.
— Você trouxe um telefone?
— Eu tomo banho com ele.
— Você se importaria em desligá-lo, por favor?
— É mesmo necessário?
— Sim. E tire a bateria também. Todo cuidado é pouco nos dias de
hoje.
Trinta segundos depois, a luz azul no tablet havia se apagado. Gabriel
removeu o fone de ouvido e franziu a testa.
— O que aconteceu? — perguntou Keller.
— Mikhail foi para o lado escuro da Lua.
— O que isso significa?
Gabriel explicou. Então, tirou o celular do bolso do casaco e ligou para
Lavon no apartamento seguro. Eles conversaram por poucos segundos em
um hebraico conciso e operacional.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1