─ Gostaria que o senhor Elliott comentasse a seguinte informação contida
num artigo que estou a preparar. ─ Falou durante cinco minutos, sem nunca ser
interrompida pelo homem do outro lado da linha. Imaginou que o telefonema
estivesse a ser gravado sem o seu consentimento. ─ Percebeu tudo?
─ Sim, Sra. Dayton.
─ E vai transmiti-lo ao senhor Elliott?
─ É claro.
─ Ótimo. Muito obrigada.
Susanna desligou e voltou a procurar no Kolodex. Ainda tinha o número
pessoal de Paul Vandenberg, do tempo em que trabalhara na Casa Branca. Marcou
o número.
Vandenberg atendeu pessoalmente.
─ Senhor Vandenberg, fala Susanna Dayton. Sou jornalista do...
─ Sei quem a Sra. é, Sra. Dayton. Não gosto de ser incomodado em casa. O
que posso fazer por si?
Será que gostaria de comentar a seguinte informação que está incluída num
artigo que redigi para o Post? ─ Mais uma vez, Susanna falou durante cinco
minutos sem interrupção.
─ Porque não me envia por fax uma cópia do artigo, para que eu possa
analisar com mais cuidado as acusações? ─ sugeriu Vandenberg, quando Susanna
terminou. ─ Receio não poder fazê-lo, senhor Vandenberg.
─ Nesse caso, receio não ter mais nada a dizer-lhe, Sra. Dayton, exceto que
produziu um artigo jornalístico desprezível, que não merece ser agraciado com um
comentário.
Susanna anotou a citação no bloco de notas.
─ Boa noite, Sra. Dayton.
A linha ficou em silêncio. Susanna procurou no Rolodex e encontrou o
telefone de casa de Samuel Braxton. Estendia a mão para o telefone quando este
tocou.
─ Fala Sam Braxton.
─ As notícias correm depressa.
─ Pelo que sei, está prestes a publicar um artigo que calunia e difama
Mitchell Elliott e minha pessoa. Quero que tenha noção das consequências de suas
ações.
─ Por que não me deixa ler as alegações antes de me ameaçar com um
processo?
─ Já me resumiram as acusações, Sra. Dayton. Pretende publicar esse relato
no jornal de amanhã?
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1