A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

software de encriptação solicitou a palavra-chave. Calahan introduziu-a e o artigo
surgiu na tela.
Calahan não se deu ao trabalho de ler. Leria mais tarde, quando dispusesse
de mais tempo. Voltou a fechar o arquivo e digitou o comando para o copiar para o
disquete. Mais uma vez, o software pediu a chave, que Calahan voltou a fornecer.
Uma vez dentro da casa, decidiu aproveitar a oportunidade para recolher
mais informações. Calahan seguira várias das corridas de Susanna, que nunca
duravam menos de trinta minutos. Tinha tempo de sobra. Três blocos de notas
estavam ao lado do teclado. Abriu a capa do primeiro. As folhas estavam cheias
com os gatafunhos esquerdinos de Susanna. Tirou uma microcâmara do bolso,
acendeu a luz do abajur na mesa e começou a fotografar.
Estava na metade do segundo bloco quando ouviu a chave ser introduzida
na fechadura da porta da rua. Praguejou em silêncio, apagou a luz e puxou da
cintura uma pistola 9mm com silenciador.
As dores no tornozelo direito de Susanna eram lancinantes. Fechou a porta
e sentou-se no divã da sala. Descalçou o sapato e a peúga e observou o ferimento.
O tornozelo estava inchado e roxo. Coxeou até a cozinha, encheu um saco de
plástico com gelo e tirou uma garrafa de cerveja do frigorífico. O analgésico estava
no armário dos medicamentos da casa de banho. Coxeou escadas acima e ao longo
do corredor, apoiada ao corrimão para se equilibrar. Entrou na casa de banho,
pousou a cerveja no lavatório e abriu o armário. Encontrou o analgésico e engoliu
dois comprimidos com cerveja. Fechou a porta do armário.
No espelho viu o reflexo de um homem atrás de si.
Susanna abriu a boca para gritar, mas uma mão enluvada tapou-lhe a boca,
abafando qualquer som.
─ Cala-te, cabra, se não mato-te ─ disse o homem por entre os dentes
cerrados. Susanna debateu-se ainda mais. Apoiou o peso no tornozelo ferido,
levantou o pé esquerdo e puxou-o atrás contra a canela do indivíduo, tal como
aprendera nas aulas de autodefesa urbana. O homem gemeu de dor e afrouxou o
aperto. Susanna girou para a direita e atacou com esse cotovelo, acertando na face
do atacante.
O homem largou-a e Susanna fugiu.
Cambaleou até o corredor, e depois até o gabinete de trabalho. Ao levar a
mão ao telefone, apercebeu-se de que o indivíduo estivera a mexer no computador
e nos blocos de notas. Levantou o receptor.
O homem apareceu na entrada e apontou-lhe uma arma.
─ Larga a merda do telefone.
─ Quem é você?

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