mais agradável do que Damasco. ─ Quem te contratou?
─ Não sei.
Astrid ergueu uma sobrancelha.
─ Nem parece teu, Jean-Paul. Devem estar a pagar-te muito dinheiro. ─
Puxou uma passa do cigarro e soprou uma espiral de fumo para o teto. ─ Leva-me a
jantar. Tenho fome.
Tinham sido amantes, há muito tempo, quando Delaroche ajudou a Fação
do
Exército Vermelho com um assassinato particularmente difícil.
Regressaram ao
Krista depois do jantar num pequeno restaurante francês com vista para o
Herengracht. Delaroche deitou-se na cama. Astrid sentou-se a seu lado e despiu-se
em silêncio.
Tinham passado muitos meses desde que levara um homem para a sua
cama e, da primeira vez, amou-o rapidamente. Depois acendeu velas, e juntos
fumaram cigarros e beberam vinho, com a chuva a martelar na claraboia por cima
dos seus corpos. Fez amor com ele uma segunda vez muito lentamente,
envolvendo-lhe o corpo com os braços e as pernas compridas, tocando-lhe como se
fosse feito de cristal. Astrid gostava de ficar por cima. Gostava de controlar. Não
confiava em ninguém, especialmente nos amantes. Pressionou-lhe o corpo durante
muito tempo, beijando-lhe a boca, fitando-lhe os olhos. Depois ajoelhou-se, as
pernas abertas sobre o corpo do parceiro, e foi como se Delaroche já lá não
estivesse. Astrid brincou com o cabelo, afagou os mamilos dos seios pequenos e
arrebitados. Depois fechou os olhos e lançou a cabeça para trás. Implorou-lhe que
chegasse dentro dela. Quando ele o fez, Astrid estremeceu várias vezes e depois
tombou sobre o peito dele, o corpo úmido com a transpiração.
Momentos depois, deitou-se de costas e fitou a chuva a escorrer na
claraboia. -─ Promete-me uma coisa, Jean-Paul Delaroche ─ disse-lhe. Promete-me
que não me matas quando já não precisares de mim.
─ Prometo que não te mato.
Astrid apoiou-se no cotovelo, olhou-o nos olhos e beijou-lhe os lábios.
─ Tem visto Arbatov?
─ Sim, em Roscoff, há uns dias.
─ Como está ele? ─ perguntou Astrid.
─ Como sempre ─ respondeu Delaroche.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1