A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

WASHINGTON, D. C.


Naquela manhã fria, Elizabeth Osbourne aguardava à esquina das ruas 34th
e M, a correr sem sair do sítio, a soprar as mãos para as aquecer. Olhou para o
relógio. Susanna estava cinco minutos atrasada. A amiga tinha muitos defeitos,
mas a falta de pontualidade não se incluía na lista. Atravessou a rua e dirigiu-se a
um telefone público, onde marcou o número da casa de Susanna. O atendedor de
chamadas disparou.
─ Susanna, é a Elizabeth. Atende, se aí estiveres. Estou à tua espera à
esquina. Vou dar-te mais alguns minutos, mas depois tenho de me ir embora. Volto
a ligar-te do trabalho.
Ligou para a extensão de Susanna, no Post. Foi o voice mail quem atendeu.
Elizabeth desligou sem deixar mensagem.
Olhou para a 34th Street, mas não viu sinais de Susanna, nem de Carson.
Telefonou para casa e confirmou se Susanna deixara alguma mensagem no
gravador de chamadas. A máquina disse-lhe que tinha uma mensagem. Marcou o
código de acesso, mas era apenas Max, a dar-lhe conta de que um almoço tinha sido
cancelado.
Desligou a pensar: Raios partam, onde é que ela está'?
Pensou no telefonema de Susanna da noite anterior. Estava prestes a
publicar um grande artigo sobre Mitchell Elliott e Samuel Braxton. Talvez estivesse
ao telefone, a finalizar a peça. Talvez estivesse a falar com os editores.
Virou-se e correu a 34th Street acima. Virou à direita em Volta Place e
depois novamente à direita para Pomander Walk. Subiu os degraus da casa de
Susanna e tocou à campainha. Ninguém respondeu.
Bateu com o punho na porta de madeira. Voltou a não ter resposta. Do
interior não se ouvia nada. Carson estava sempre alerta. Regra geral, começava a
ladrar antes de Elizabeth bater à porta. Se o cão estivesse lá dentro, por essa altura
já estaria a ladrar.
Virou-se e viu luzes na casa de Harry Scanlon. Cruzou o acesso e bateu à
porta. Scanlon veio abrir de roupão.
─ Lamento incomodá-lo, Harry, mas a Susanna e eu tínhamos combinado
uma corrida e ela deixou-me pendurada. Não é do feitio dela. Estou preocupada.
Ainda tem a chave?
─ Claro, espere só um instante.
Scanlon desapareceu dentro de casa e regressou momentos depois com
uma chave. ─ Eu ajudo-a ─ ofereceu-se.

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