A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

Dirigiram-se à porta da casa de Susanna. Scanlon enfiou a chave na
fechadura e abriu a porta.
─ Susanna! ─ chamou Elizabeth. Não houve resposta.
Deu uma vista de olhos à sala e à cozinha. Tudo parecia normal. Começou a
subir as escadas, sempre a chamar por Susanna, com Scanlon atrás dela.
Quando chegou ao patamar, viu o cão.
─ Ai, meu Deus! Susanna! Susanna!
Passou por cima do corpo do animal e espreitou para a casa de banho. Os
mosaicos brancos estavam cobertos de vidros da garrafa de cerveja que caíra e se
partira. Elizabeth deu mais alguns passos pelo corredor e olhou para o gabinete de
trabalho.
Virou-se e gritou.
Elizabeth estava sentada nos degraus da casa de Harry Scanlon, com um
cobertor de lã pelos ombros. Meia dúzia de carros da polícia, com as luzes
vermelhas e azuis a brilhar, entupiam Volta Place. A van forense já chegara e os
técnicos reviravam o interior da casa de Susanna. Tentou falar com Michael, mas
este não atendeu o telefone.
Ditou à telefonista um recado urgente e o telefone de Harry Scanlon.
Bolas, Michael, preciso de ti, pensou.
Elizabeth aconchegou-se mais com o cobertor, mas não conseguia parar de
tremer. Fechou os olhos, mas viu o corpo lacerado de Susanna no chão, e viu o
sangue. Meu Deus, tanto sangue! Apercebeu-se de que alguém a chamava. Abriu
os olhos e viu à sua frente um afro-americano de pele clara e olhos de um verde
profundo. O distintivo da polícia estava pendurado do paletó do terno azul.
─ Senhora Osbourne, sou o detective Richardson, dos Homicídios. Pelo que
sei, foi a Sra. quem encontrou o corpo.
─ É verdade.
─ A que horas?
─ Entre as sete e um quarto e as sete e vinte, se não estou em erro.
─ Conhecia a vítima?
A vítima, pensou Elizabeth. Susanna já perdera o nome. Agora não passava
da vítima.
─ Éramos muito amigas, Detetive. Conhecia-a há vinte anos. Tínhamos
combinado ir correr esta manhã. Como não apareceu, vim à procura dela. O
vizinho tinha a chave e entrei em casa dela.
─ Reparou em alguma coisa fora do normal?
─ Tirando o corpo, não.
─ Sinto muito, Sra. Osbourne. Onde trabalhava ela?

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