A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

─ Era jornalista do The Washington Post.
─ Bem me parecia que conhecia o nome. Trabalhou na Casa Branca durante
algum tempo, certo? Costumava participar naquele programa da mesa redonda.
Elizabeth aquiesceu.
─ Pode parecer-lhe uma pergunta estranha, mas sabe de alguém que a
quisesse matar?
─ Ninguém.
─ Passava-se alguma coisa anormal na vida dela?
─ Não.
─ Namorados zangados? Amantes abandonados?
Elizabeth abanou a cabeça.
─ Marido?
─ Voltou a casar-se.
─ Como era a relação entre os dois?
─ Trabalho com ele, Detetive. É associado na minha firma. Pode ser um
monte de esterco, mas não é um assassino.
─ Não encontramos a bolsa dela. Sabe se tinha alguma?
─ Sim, deixava-a sempre em cima da bancada da cozinha.
─ Não está lá.
─ Quem fez isto?
─ Não fazemos ideia. Ao que parece, tinha alguém dentro de casa e ela o
surpreendeu. Estava vestida com roupa de corrida, mas sem um dos tênis. Parece
que torceu o tornozelo. O cão estava preso.
─ E a mataram.
─ Nesta cidade há muitas pessoas que preferem matar a deixar uma
testemunha que as possa identificar mais tarde. ─ O tom da voz do detective era
casual. Levou a mão ao ombro de Elizabeth. Lamento imenso, Sra. Osbourne. Fique
com o meu cartão. Se por acaso se lembrar de mais alguma coisa, diga-me.
Elizabeth ouviu o telefone tocando dentro da casa. Harry Scanlon surgiu na porta,
os olhos vermelhos. ─ É o Michael ─ indicou.
Elizabeth levantou-se e entrou, sem grande equilíbrio.
─ Michael, vem para casa depressa. Preciso de você.
─ O que aconteceu? Por que você está na casa do Harry?
─ Susanna morreu. Foi morta dentro de casa. Fui eu que a encontrei. Ai
meu Deus, Michael... ─ As lágrimas embargaram sua voz. ─ Por favor, Michael,
vem depressa para casa.
─ Fique aí. Vou buscá-la.
─ Não. Vá para casa. Preciso andar. Preciso pegar ar.

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