A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

Quatro e correu para o interior. A fila para o check-in no balcão da
TransAtlantic Airlines era interminável, por isso procurou um telefone e ligou para
o gabinete de Elizabeth. Foi o secretário, Max Lewis, quem atendeu e pediu a
Michael que aguardasse, enquanto ia chamar Elizabeth a uma reunião. Michael
pensou no que lhe dizer. Decidiu não lhe contar nada, por enquanto. Era um
assunto demasiado complicado, demasiado emocional, para discutir ao telefone.
Elizabeth atendeu.
─ Estou no aeroporto. Vou apanhar o avião daqui a pouco, e queria apenas
dizer que te amo ─ disse Michael.
─ Está tudo bem, Michael? Pareces incomodado com alguma coisa.
─ Foi uma manhã muito comprida, só isso. Conto-te tudo quando chegar a
casa, logo à noite. Como te sentes? Estás pronta para amanhã?
─ O mais possível. Neste momento estou a tentar não pensar muito nisso.
Tenho uma pilha de coisas para despachar ainda hoje, e isso ajuda.
Michael virou-se para confirmar se a fila para o check-in tinha reduzido.
Uma centena de pessoas aguardava em fila, como refugiados num centro de
processamento, a bagagem aos pés, os rostos exasperados. Três jovens entraram no
terminal. Todos usavam um boné de basebol. Todos seguravam um saco de couro
preto. Estavam vestidos de modo informal, com calças de ganga e sapatos de tênis,
cabelo escuro por baixo dos bonés, pele cor de azeitona.
Michael observou-os. Deixou de ouvir o que Elizabeth estava a dizer. Os três
homens pararam e pousaram os sacos. Agacharam-se ao lado dos sacos e abriram-
nos.
─ Espera um pouco, Elizabeth ─ disse Michael. ─ Michael, o que foi?
Michael não respondeu, limitou-se a observar.
─ Responde-me, Michael, que raio! O que se passa?
Em uníssono, os homens levaram as mãos às palas dos bonés e os rostos
desapareceram atrás de véus de seda negra.
─ Baixem-se! Baixem-se! ─ bradou Michael. Largou o receptor.
Os homens levantaram-se, de armas automáticas e granadas em riste.
─ Armas! Armas! Baixem-se! ─ gritou Michael.
Os terroristas lançaram granadas para a multidão e começaram a disparar.
Michael correu na direção deles, aos berros.
Na baixa de Washington, Elizabeth gritava para o telefone. Ouviu Michael a
gritar, depois tiros, finalmente explosões. Depois a linha ficou em silêncio. ─ Ai,
meu Deus, Michael! Michael!
Procurou o controle remoto, ligou o televisor do gabinete e sintonizou a
CNN. Estava a meio de uma qualquer reportagem idiota sobre os benefícios dos

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