A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

LONDRES


No gabinete de primeiro andar da sua casa em St. John's Wood, o Diretor
telefonou a Mitchell Elliott a partir de uma linha segura.
─ Creio que o senhor Osbourne pode revelar-se um problema, senhor
Elliott. Ontem à noite teve uma conversa interessante com um homem do Serviço
de Espionagem, a qual escutamos com um microfone direcional localizado na rua.
Esta manhã encontrou-se com um certo Ivan Drozdov, um desertor da KGB que em
tempos supervisionou as atividades do nosso assassino. Do outro lado da linha,
Elliott suspirou profundamente.
─ Escusado será dizer que ele sabe muita coisa, e provavelmente desconfia
de muito mais ─ continuou o Diretor. ─ O nosso senhor Osbourne é um adversário
bastante valoroso. Na minha opinião, não o devemos menosprezá-lo.
─ Não o menosprezo, Diretor. Pode ter a certeza disso.
─ O que se passa no seu lado?
O Osbourne e a mulher encontraram umo disquete com os apontamentos
de Susanna Dayton e uma cópia do artigo. Ao que parece, conseguiram quebrar o
código de segurança. Entregaram o material aos editores do Washington Post.
─ Um desenvolvimento infeliz ─ comentou o diretor, tossicando. ─ Parece-
me que a Sra. Osbourne também se encontra em posição de criar problemas. ─ Já a
mandei vigiar.
─ Espero que desta vez seus homens se comportem de uma forma mais
profissional. No presente estado dos acontecimentos, não precisamos que a melhor
amiga de Susanna Dayton também apareça morta. Já o marido, é outro caso.
Durante a carreira fez a sua dose de inimigos. Seria ocasional, caso um desses
inimigos aparecesse e se vingasse. ─ Quanto a isso não há problema.
─ Tem a bênção da Sociedade, senhor Elliott.
─ Obrigado, Diretor.
─ Enquanto este assunto se mantiver no campo do financiamento político,
imagino que se consiga proteger. Vai ser embaraçoso e sujo, é claro. Talvez lhe surja
uma multa pesada, alguma especulação desconfortável por parte dos meios de
comunicação, mas o seu projeto vai sobreviver. Contudo, se o senhor Osbourne
descobrir algo que se aproxime da verdade... Bem, creio que não preciso de
explicar-lhe as consequências.
─ É claro que não, Diretor. E quanto a Ivan Drozdov, o desertor? Representa
algum problema?

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