A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

O terrorista ao volante acelerava nervosamente o motor. Meia dúzia de
seguranças corria pelo terminal, as armas em riste. Michael corria agora pelo
passeio, as mãos estendidas.
O último pistoleiro encontrava-se a vinte metros de distância, prestes a
entrar para o carro. O condutor escancarou a porta traseira. O terrorista estava
quase a entrar para o carro quando ergueu o olhar e viu Michael a correr na sua
direção. Virou-se e tentou empunhar a arma automática.
Michael baixou o ombro e derrubou o pistoleiro. O impacto fez com que o
atacante largasse a arma.
Michael agarrou o homem pelo pescoço e golpeou-o brutalmente no rosto.
O primeiro murro partiu-lhe o nariz, o segundo fraturou-lhe o malar e deixou-o
inconsciente.
O terrorista ao volante abriu a porta e começou a sair do carro, a pistola
automática na mão enluvada. Michael procurou freneticamente a metralhadora
caída. Agarrou-a e disparou através do para-brisa do Audi. O pistoleiro ainda
conseguiu disparar dois tiros ao acaso, antes de cair no passeio, sem vida. Com o
coração aos saltos, Michael viu um lampejo de uma cor escura e aquilo que pensou
ser uma arma. Girou sobre o joelho e apontou a um dos agentes de segurança
ingleses.
─ Largue a arma com calma, amigo ─ disse calmamente o policial. ─ Já
acabou tudo. Largue a arma.
Wheaton, o Chefe da Estação de Londres da CIA, foi buscar Michael ao
Aeroporto de Heathrow e levou-o para a cidade no banco de trás de um sedan do
governo, conduzido por um motorista. Michael encostou a cabeça ao vidro e fechou
os olhos. Fora interrogado durante uma hora por um oficial da polícia britânica e
por dois homens do MI5. Durante algum tempo, Michael manteve a cobertura: um
empresário americano que regressava a Nova York após uma breve reunião em
Londres. Por fim, chegou alguém da embaixada. Michael pediu para falar com
Wheaton, e este telefonou para a polícia e contou a verdade.
Michael nunca matara ninguém e não estava preparado para a reação que
teve. Nos momentos que seguiram o combate, sentiu uma satisfação selvagem, um
entusiasmo estranho que se assemelhava à sede de sangue. Os terroristas eram
homens malignos que tinham chacinado pessoas inocentes. Mereciam uma morte
violenta e dolorosa. Estava satisfeito por ter eliminado um deles e por ter
esmurrado o rosto do outro. Passara a sua carreira a perseguir terroristas, usando
apenas o seu inteleto e o seu talento para as armas. Finalmente pudera utilizar os
punhos e uma arma, com efeito, uma arma que servira para massacrar pessoas
inocentes. Sentia-se bem.

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