A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

Dirigiram-se para norte por Park Lane, depois por Mayfair, para Grosvenor
Square. O carro encaminhou-se para a entrada principal da embaixada americana.
Michael gostaria que pudessem utilizar uma entrada subterrânea, mas talvez já não
fizesse grande diferença. Saiu do carro. Sentia-se tonto e doía-lhe o joelho. Devia
tê-lo magoado durante o confronto, mas a adrenalina ocultara a dor até aquele
momento. Os Marines colocaram-se em sentido e fizeram continência quando
Michael entrou no complexo da embaixada, com Wheaton a seu lado. O
embaixador e os adidos aguardavam, com os restantes funcionários da grande
embaixada atrás deles. O embaixador começou a aplaudir, sendo imitado pelos
outros. Michael passara toda a carreira a trabalhar nas sombras. Os louvores eram
atribuídos em segredo. Quando tinha um dia bom no gabinete, não podia contar a
ninguém, nem mesmo a Elizabeth. Agora, os aplausos dos membros da embaixada
envolviam-no e sentiu um arrepio na nuca.
O embaixador avançou e levou a mão ao ombro de Michael.
─ Imagino que neste momento não tenha grande vontade de celebrar, mas
quero que saiba que estamos muito orgulhosos de si.
─ Obrigado, senhor embaixador. Fico muito grato.
─ Há mais alguém que deseja falar com você. Siga-me, por favor.
Quando Michael entrou na sala de comunicações, entre Wheaton e o
embaixador, podia ver o selo presidencial na tela maior. O embaixador pegou um
telefone, murmurou algumas palavras para o bocal e desligou. Segundos depois, o
selo presidencial dissolveu-se e James Beckwith apareceu, sentado numa poltrona
branca, ao lado da lareira da Sala Oval, vestindo uma camisa e uma blusa de lã.
─ Michael, não há palavras que possam expressar a gratidão e o orgulho
que sentimos ─ começou o Presidente a dizer. ─ Pondo em risco a sua própria
integridade física, dominou sozinho um terrorista da Espada de Gaza e matou
outro. A sua ação poderá ter salvo inúmeras vidas e desferiu um rude golpe nesse
bando de covardes. Vou insistir para que receba a mais alta das condecorações.
Apenas gostaria de a poder colocar pessoalmente no seu peito, à frente da nação,
pois hoje o seu país ficaria bastante orgulhoso de si. Michael esboçou um sorriso.
─ Estou habituado a trabalhar em segredo, Senhor Presidente, e, se não se
importar, prefiro continuar assim. Beckwith exibiu um sorriso rasgado.
─ Já imaginava que assim fosse. Além disso, é demasiado valioso para ser
desperdiçado numa fotografia oportunista. Graças ao meu chefe de gabinete, já
tenho quanto baste.
A câmara fez um plano mais alargado, revelando os outros homens
sentados à volta do Presidente: o Chefe de Gabinete Vandenberg, o diretor da CIA
Clark, o Conselheiro para a Segurança Nacional Bristol. Num dos extremos da tela

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