A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

observadores, sem aparelhos de gravação, sem câmaras. Se virem alguma coisa de
que não gostam, o encontro fica sem efeito.
─ Quem vai ser o representante deles?
─ Muhammad Awad.
─ O Awad é o segundo membro mais importante da organização. O simples
fato de o quererem colocar a bordo de um ferry e cara a cara com um agente da CIA
é notável.
─ Por isso mesmo, deve ser bom demais para ser verdade interveio Carter,
enquanto a câmara fazia uma panorâmica para captar a sua imagem. ─ Não gosto
disto. Vai contra todas as nossas regras quanto a encontros deste gênero. Somos
nós que controlamos o local. Nós estabelecemos as condições. Mais do que
ninguém, devia saber disso.
─ Imagino que seja contra este encontro ─ disse Michael.
─ Cento e dez por cento.
─ Gostaria de ouvir sua reação, Michael ─ adiantou Beckwith.
─ Adrian tem razão, Senhor Presidente. Em geral, não nos encontramos
com terroristas de renome em situações como esta. A doutrina da Agência diz que
somos nós a controlar o encontro: a data, o local, as regras básicas. Posto isto, creio
que neste caso devemos esquecer as regras.
─ E se o objetivo for assassiná-lo?
Se a Espada de Gaza me quisesse morto, haveria formas muito mais
simples de o fazer, e não preparar um encontro elaborado, a bordo ao ferry entre
Dover e Calais. Receio bem que bastaria enviarem um atirador para Washington,
que esperasse à porta da sede.
─ Bem visto ─ admitiu Clark.
─ Julgo que apenas querem falar ─ continuou Michael. ─ E julgo que
seríamos tolos se não escutássemos o que eles têm a dizer.
─ Não concordo, Michael ─ discordou Carter. ─ Estamos a falar de um dos
piores grupos terroristas em atividade. Eles falam todos os dias com as suas ações.
Muito sinceramente, estou-me borrifando para aquilo que podem ter para dizer. ─
Carter olhou para Beckwith e disse: ─ Sinto muito pela linguagem, Senhor
Presidente.
─ Eu avisei-o de que ele não era uma pessoa decente, Senhor Presidente ─
disse Michael.
O conselheiro para a Segurança Nacional William Bristol esperou que as
gargalhadas esmorecessem.
─ Acho que vou apoiar o Michael, Senhor Presidente. É verdade,
Muhammad Awad é um terrorista perigoso que não merece uma audiência só

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