A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

porque a pede. No entanto, muito sinceramente, gostaria de ouvir o que tem a
dizer. Este encontro pode ser proveitoso. Certamente poderá dar à CIA
informações preciosas sobre os elementos e sobre a maneira de pensar do grupo. E
concordo com o Michael noutro ponto: se a Espada de Gaza o quiser matar, há
maneiras mais fáceis de o conseguir.
O Presidente dirigiu-se a Vandenberg. ─ Qual é a sua opinião, Paul?
Detesto ir contra si, Bill, pois a política externa é a sua especialidade e não
minha, mas julgo que não temos nada a ganhar com um encontro com o líder de
um bando de vilões sanguinários como a Espada de Gaza. O Adrian tem razão: a
Espada de Gaza fala com ações e não com palavras. E temos de pensar noutra coisa.
Não gostaria de ter de explicar ao povo americano por que motivo nos encontramos
com Muhammad Awad numa altura como esta. A forma como tem lidado com a
crise tem sido exemplar e os Americanos já o recompensaram. Não gostaria de ver
essa boa vontade desperdiçada só porque um terrorista como Muhammad Awad
quis trocar dois dedos de conversa.
Beckwith caiu num silêncio pensativo. Michael sabia que não era bom sinal.
Nunca estivera na presença do Presidente, mas já ouvira histórias sobre o poder de
Paul Vandenberg. Se este não quisesse que o encontro tivesse lugar, provavelmente
o encontro não se realizaria.
Por fim, Beckwith olhou para a câmara e dirigiu-se a Michael em Londres, e
não aos homens sentados à sua volta.
─ Michael, se estiver disposto a avançar com isto, gostaria de saber o que
Muhammad Awad tem a dizer. Sei que vai comportar riscos, e sei que o Michael é
casado.
─ Vou encontrar-me com ele ─ respondeu Michael simplesmente.
Muito bem ─ declarou Beckwith. ─ Desejo-lhe muito boa sorte. Falamos
amanhã. Depois, a imagem de Washington desvaneceu-se.


LONDRES


O embaixador permitiu que Michael utilizasse o seu gabinete para telefonar
a Elizabeth, em Washington. Michael ligou para o número privado, mas foi Max, o
secretário, quem atendeu. Mostrou-se aliviado ao ouvir a voz de Michael e depois
explicou que Elizabeth já partira para Nova York e que poderia ser contatada mais
tarde, no apartamento do pai na Quinta Avenida. Michael sentiu uma pontada de
fúria momentânea ─ como podia ela ter saído do gabinete sem esperar para lhe
ouvir a voz? ─ mas depois sentiu-se um tolo. Saíra mais cedo do trabalho pois de
manhã iria extrair e fertilizar os óvulos no Cornell Medical Center, em Nova York.

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