A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

─ Nós a pusemos sob vigilância total, física e áudio ─ explicou Elliott. ─
Entramos na casa dela para fazer algumas tarefas domésticas e ela nos
surpreendeu.
─ Ela surpreendeu vocês! Valha-me Deus, Mitchell! Sabe o que está
dizendo?
─ Sei exatamente o que estou dizendo. Um dos meus homens cometeu um
assassínio infeliz. O chefe de gabinete da Casa Branca é agora cúmplice por
encobrimento de assassinato.
─ Seu filho da mãe! Como se atreve a fazer isto com o Presidente!
─ Fale baixo, Paul. Nunca se sabe quem pode estar na escuta. E eu não fiz
nada ao Presidente, porque não há como sermos ligados ao assassinato de Susanna
Dayton. Se não perder a cabeça e fizer alguma coisa estúpida, nada vai acontecer.
Vandenberg lançou um olhar furioso a Calahan, que retribuiu, sem
pestanejar.
Virou-se e começou a andar. Uma chuva suave flutuava sobre o rio.
─ Tenho mais uma pergunta, Mitchell.
─ Quer saber quem é que realmente abateu aquele avião.
Vandenberg olhou para Mitchell em silêncio.
─ Limite-se a dizer suas deixas e faça seu trabalho, Paul. Não faça muitas
perguntas.
─ Agora, Mitchell! Diga-me agora!
Elliott virou-se para Calahan.
─ Mark, o senhor Vandenberg não está se sentindo nada bem neste
momento. Acompanhe-o até o carro. Boa noite, Paul. Falaremos em breve.
O carro com motorista de Vandenberg saiu de Hans Point e seguiu a
alameda, contornando Tidal Basin. O Jefferson Memorial brilhava suavemente nas
águas, com o reflexo tornado indistinto pela chuva. O carro virou para a
Independence Avenue, passou pelo altaneiro Washington Monument e virou para
Potomac
Parkway. Vandenberg olhou para o Lincoln Memorial.
Meu Deus, o que foi que eu fiz ─ pensou.
Precisava de uma bebida. Nunca na sua vida tinha precisado de uma
bebida, mas agora sentia mesmo necessidade. Fechou os olhos. A mão direita
tremia-lhe, por isso cobriu-a com a esquerda e fitou o rio que fluía sob a ponte.


LONDRES

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