A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

Marcou-o, carregando com violência nas teclas, enquanto caminhava para
um local mais reservado junto às escadas. Após um toque, uma calma voz
masculina disse:
─ Alô?
─ Meu nome é Elizabeth Osbourne. Meu marido é Michael Osbourne.
Ouviu o som das teclas de um computador.
─ Como conseguiu este número? ─ perguntou a voz.
─ Michael me deu.
─ Em que posso ajudar?
─ Quero falar com meu marido.
─ O seu número de telefone, por favor.
Elizabeth deu o número do celular e voltou a ouvir o som do teclado
novamente.
─ Alguém vai lhe telefonar.
Um dos técnicos apareceu nas escadas.
─ A Sra. é a próxima, Sra. Osbourne. Precisamos que entre agora.
─ Quero saber se ele estava naquele ferry-boat no Canal ─ disse Elizabeth
ao homem com quem falava ao telefone:
─ Alguém lhe telefonará ─ voltou a dizer a voz, exasperante com a falta de
emoção. Era como falar com uma máquina.
─ Que diabo, responda! Ele estava naquele barco?
─ Alguém vai telefonar ─ repetiu.
─ Lamento, Sra. Osbourne ─ insistiu o técnico ─, mas agora precisa mesmo
entrar.
─ Está dizendo que ele está no barco?
─ Por favor, desligue e mantenha este número desocupado.
Em seguida, a linha ficou muda.
Uma enfermeira acompanhou Elizabeth a um pequeno vestiário e deu-lhe
uma bata esterilizada. Elizabeth agarrava com força no celular. ─ Receio que tenha
de deixar isso aqui ─ avisou a enfermeira.
─ Não posso ─ respondeu Elizabeth. ─ Estou à espera de um telefonema
muito importante.
A enfermeira olhou para ela com uma expressão incrédula.
─ Já vi muitas mulheres do Tipo-A neste programa, Sra. Osbourne, mas não
há dúvida de que a Sra. bate todas as outras aos pontos. Vai sofrer uma intervenção
cirúrgica ali dentro. Não é altura para fazer telefonemas de trabalho.
─ Não é um telefonema de trabalho. É uma emergência.
─ Não interessa. Daqui a três minutos, vai estar a dormir como um bebê.

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