colete. Descreveu a explosão e a forma como os homens no barco cobriram a fuga
do atirador, com disparos. Por fim, descreveu a última batalha com Odette e como
Graham Seymour a matara a tiro.
─ Para começar, o que estava Graham Seymour, um agente do MI-Seis, a
fazer naquele barco?
Michael sabia que, naquela altura do campeonato, pouco ou nada poderia
ganhar ao mentir.
─ É meu amigo. Conheço-o há muito tempo. Quis alguém de confiança a
proteger-me a retaguarda.
Isso não interessa ─ contrapôs Monica, com uma paciência experiente.
Monica, regra geral, não gostava de operações de campo, nem dos agentes que as
realizavam. ─ O Michael incluiu um agente dos serviços de outro país sem a
autorização dos seus superiores na sede.
─ Ele trabalha para os ingleses, não para os iranianos. E se ele não estivesse
lá, neste momento eu estaria morto.
Monica franziu o cenho de irritação, o que tornou claro que não iria deixar-
se levar por argumentos baseados na emoção.
─ Se estava tão preocupado com a sua segurança ─ disse ela, num tom de
voz inexpressivo ─, devia ter-nos pedido reforços a nós.
─ Não quis ir para lá seguido de um pelotão, que Awad e a sua equipe
pudessem detectar a quilômetros de distância. ─ Essa era apenas parte da verdade.
─ Queria o menor número possível de pessoas de Londres e da sede envolvidas na
operação. Trabalhara no terreno, trabalhara na sede e sabia que Langley vertia
como uma peneira.
─ Parece que Awad e a respectiva equipe identificaram o seu bom amigo
Graham Seymour ─ declarou Monica com um tom de desdém.
─ Porque diz isso? ─ quis saber Michael. Wheaton remexeu-se
desconfortavelmente na cadeira e Carter, a seis mil e quatrocentos quilômetros de
distância, em Langley, fez a mesma coisa. Monica Tyler não aceitava bem perguntas
do pessoal, mesmo quando se tratava de agentes superiores, como Michael. Tinha a
certeza da convicção que resulta da ingenuidade. ─ Por que outra razão um dos
seus atiradores tentaria matá-lo? E por que outra razão Awad faria explodir uma
bomba presa ao corpo?
─ Está a partir do princípio de que o atirador pertencia à Espada de Gaza.
Penso que essa suposição está errada. O atirador não fez qualquer tentativa de
poupar a vida de Awad. Ele tentou matar-me eliminando Awad primeiro. A mulher
esteve atrás de mim o tempo todo. Se quisessem matar-me, ela poderia tê-lo feito e
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1