A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

─ O mais depressa possível ─ respondeu o Diretor, interrompendo-se para
um gole de scotch. ─ Mas quero fazer uma substituição. O Osbourne é bastante
bom. Assim sendo, o adversário tem de ser excelente. Gostaria de atribuir a tarefa
ao Outubro.
─ O preço dele é muito elevado.
─ Tal como o que está em jogo neste ponto dos acontecimentos, senhor
Elliott. Não me parece que seja altura para arengar sobre um ou dois milhões a
mais, não acha?
─ Não, tem razão.
─ Vou preparar um dossiê detalhado sobre Osbourne e enviá-lo ao Outubro,
por correio eletrônico codificado. Se ele optar por aceitar o alvo, o jogo vai
recomeçar, e prevejo que o senhor Osbourne seja eliminado em breve.
─ Espero que sim ─ afirmou Elliott.
─ Conte com isso, senhor Elliott. Boa noite.
O Diretor pousou o receptor. Daphne colocou-se atrás dele e esfregou-lhe
os ombros.
─ Vai precisar de mais alguma coisa esta noite, senhor?
─ Não, Daphne, vou apenas tratar de alguma papelada e depois vou deitar-
me. ─ Muito bem, senhor ─ disse ela e saiu.
O Diretor trabalhou no escritório durante vinte minutos, terminando o
scotch e vendo as notícias americanas sobre a explosão no ferry através do sistema
de satélite. Desligou a televisão e subiu as escadas, dirigindo-se à suíte. Daphne
encontrava-se deitada de costas na cama, blusa desabotoada, uma perna comprida
cruzada sobre a outra, enrolando uma madeixa de cabelo no indicador fino.
O Diretor despiu-se silenciosamente e vestiu um roupão de seda. Alguns
homens abastados divertiam-se com cavalos, ou carros. O Diretor tinha a sua
Daphne. Ela despira-se. As roupas estavam a seu lado, na cama. Acariciava
gentilmente os mamilos, a barriga, o alto das coxas. Daphne era uma provocadora,
até consigo mesma. O Diretor entrou para a cama e fez deslizar um dedo pelo
pescoço da jovem.
─ Alguma coisa, meu amor? ─ perguntou ela.
─ Não, minha flor.
A capacidade do Diretor para fazer amor com uma mulher encontrava-se
gravemente comprometida, consequência, pensava ele, de uma vida inteira de
mentiras e traição. Ela fez deslizar a mão por baixo do roupão, tomando-o entre as
suas mãos compridas.
─ Nada?
─ Receio que não, meu amor.

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